Quem é? Perguntei! Sou eu! Agora reconhece a minha voz? Sem dúvida que sim. Respondi. Os tempos tinham mudado. Outrora tinha respondido assim. Entre! Quem ... é?
Quando chegou junto a mim deparei que vinha mal trajado e cansado. Não era para menos. Os dias e a vida tinham dado cabo dele.
Ainda me lembro faz um ano quando se me apresentou vinha todo garboso. Ideias não lhe faltava. Disse-me: espere por amanhã para se inteirar. Vou mudar tudo. O pobre vai deixar de ser tão pobre. O rico vai deixar de ser tão rico. Vai haver mais igualdade. Isso é o que todos dizem na sua aparição! Respondi.
Os dias foram se passando e nada modificava. Os minutos tinham sessenta segundos. As horas sessenta minutos. Os dias vinte e quatro horas. E os meses trinta dias. As estações temporais eram quatro. Primavera, Verão, Outono e Inverno.
Só que a meio do Inverno apareceu o primeiro contratempo. A invasão da Ucrânia.
Antes em Janeiro o Partido Socialista tinha vencido as eleições antecipadas com maioria absoluta. Portanto com os portugueses tudo bem.
O tempo, esse, é que não queria colaborar. Era calor atrás de calor. Por esse andar as culturas não iam "procriar". Advinhava-se um ano de fome.
A guerra da Ucrânia intensificava-se. Não havia maneira de entendimento para a paz. É como se costuma dizer. Um mal nunca vem só.
Já se pedia para nas Igrejas se fazer preces a pedir chuva e paz. Mas nem se fizeram preces nem a chuva e paz apareceram.
Os meses foram passando até que chegou Outubro e a chuva deu sinal de vida.
Veio de tal maneira que já havia quem queria preces para lhe pôr termo. Vá lá compreender o ser humano. Os rios já transbordam.
O ano caminha para o seu fim. No dia em que escrevo este texto é o trinta e um de Dezembro.
A chuva não pára e até se prevê tempestade. Os responsáveis pelas autarquias estão a suspender os festivais de fim de ano.
O de dois mil e vinte e dois que é o que nos encontramos está ansioso pela despedida. As suas promessas não se concretizaram.
Certamente o de dois mil e vinte e três também vai aparecer todo garboso e também vai bater á porta. Truz... truz.
Só que não sei se vou dizer: quem é? Entre.
Manuel Pacheco

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