«Rui Rio sugere que calendário eleitoral influenciou prisão de João Rendeiro» - foi o título de uma notícia divulgada pela agência LUSA. Ora, a verdade é que Rui Rio não “sugeriu”, foi mais longe, “afirmou”, preto no branco! O que é bem diferente de “sugeriu”.
É óbvia a total falta de “sentido de Estado” que se exige de um chefe do maior partido da oposição, como é o PPD-PSD.
A posição do líder social-democrata diverge, de facto, dos elogios que foram feitos à Polícia Judiciária pela maioria dos partidos políticos. Mas diverge de uma maneira insensata e irresponsável.
O presidente do PSD, Rui Rio, não “sugeriu”, “afirmou”, no domingo passado (12 de Dezembro) que a realização de eleições legislativas em 30 de Janeiro influenciou a detenção do ex-banqueiro João Rendeiro, no sábado, na África do Sul.
«O director da PJ deu uma conferência de imprensa de manhã. Depois esteve na RTP às 13h, na CMTV às 17h, na CNN às 19h e, exibindo o seu dom da ubiquidade (*), conseguiu estar às 20h, ao mesmo tempo, na SIC e na TVI. Pelos vistos, o azar de João Rendeiro foi haver eleições em Janeiro», publicou Rui Rio na sua conta na rede social Twitter.
A posição do líder do PPD-PSD diverge, pois, pelos piores motivos, dos elogios que foram feitos à Polícia Judiciária (PJ) percorrendo todo o espectro político-partidário, desde o primeiro-ministro, António Costa, até ao secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, passando pela coordenadora do BE, Catarina Martins, pela direcção do Chega e pelo presidente da Iniciativa Liberal, João Cotrim Figueiredo.
(*) Ubiquidade é o dom de conseguir estar em dois sítios diferentes ao mesmo tempo e à mesma hora. Estar num sítio às 19 h e depois noutro sítio às 20 h, não é ubiquidade. Expliquem lá isto a Rui Rio, a ver se ele contraria a sina do «cada cavadela, minhoca»!
Alfredo Barroso
Campo d’Ourique, 17 de Dezembro de 20
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