Os programas sobre História
incitam-nos a conjeturar possibilidades
alternativas, que teriam poupado muitas vidas e sofrimento se algumas ameaças,
depois concretizadas, tivessem sido atempadamente contrariadas por quem teria
capacidade para o fazer. Imagine-se o que teria acontecido se a Inglaterra já
tivesse Churchill como primeiro-ministro em vez do medíocre Chamberlain. E que
a Frente Popular espanhola tivesse merecido o apoio das democracias, quando
liderou a primeira frente de batalha contra os mercenários alemães, italianos e
... portugueses. Daí a importância que a disciplina deve assumir no ensino
público como forma de instruir os jovens nos erros passados que deverão evitar
no futuro.
Vem isto a propósito da notória
infiltração da extrema-direita nos corpos policiais como ficou detetada na
manifestação desta semana e inequivocamente ateada pelo execrável comentador da
SIC no domingo anterior. «Opiniões» como as que então proferiu, secundadas
pelas de muita gente, que sobrevaloriza as reivindicações em causa como se elas
não se enquadrassem no contexto geral de insatisfação de tantas classes
profissionais, legitimamente ansiosas por condições de vida mais bonançosas,
tenderam a banalizar a dinâmica lançada por um movimento clandestino que, no
discurso e nos símbolos, não engana ninguém quanto ao que o mobiliza.
Acaso não sejam tomadas medidas
expeditas para identificar e neutralizar os principais instigadores do
inaceitável comportamento de agentes que insultam verbalmente os políticos, ou
lhes viram costas enquanto discursam, e celebram no seu seio o fascista que
conseguiram fazer eleger para a Assembleia da República, poderemos vir a
lamentar a prazo que a venenosa serpente não tenha sido esmagada no ovo
enquanto nele ainda estava a chocar. E olhando para outra horda de bárbaros em
que essa mesma extrema-direita se acoita - a das claques do futebol! -
poderemos vir a lamentar que Pinto da Costa, Luís Filipe Vieira e outros
presidentes dos principais clubes não ajam a exemplo de Frederico Varandas, que
tomou a decisão mais sensata perante as circunstâncias constatadas pela Justiça
ao levar a julgamento os energúmenos envolvidos no assalto á Academia de
Alcochete. É que, além de antros fascistas, as sedes das claques também tendem
a constituir-se como espaços organizativos das mais nefandas formas de
criminalidade.
Eu que até nada tenho a ver com o
Sporting, passei a admirar a coragem do seu presidente...
(A imagem refere-se a hooligans
búlgaros, mas ninguém se iluda com ter a ver com realidade de outras paragens:
os nazis existem e estão entre nós!)
Do blogue Ventos Semeados
Publicada por jorge rocha

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