Tenho dificuldade em prestar
atenção ao desmiolado comentariado nacional, pago para se excitar a propósito
de tudo e de nada, e, ultimamente, com a mania de, através de editoriais em
jornais, e com o PSD na lama, se armar em oposição do Governo. Não há pachorra.
Temos um governo que governa, que se preocupa com que as contas não derrapem,
que dá liberdade suficiente ao chamado “mercado” e liberdade total à livre
iniciativa, que se apresentou com convicções e dignidade na Europa, passando a
ser olhado com respeito e admiração, que restituiu o orgulho nacional, que pôs
a economia a crescer, que está atento aos problemas, que é constituído por
pessoas competentes e contidas, que também aprendem e se preparam, enfim,
dir-se-ia um governo de luxo. E estas alminhas, sem mais que fazer, que fazem?
Resolvem preencher os espaços de que dispõem para delirar. Tudo bem. Não queiram é ser levados a sério,
eles próprios e os jornais onde trabalham.
Mas então o Governo não pode ser
criticado, dir-me-ão? Claro que pode. E deve. Em matéria de habitação, de leis
agrícolas, de cedências aos parceiros esquerdistas e comunistas, por exemplo,
muito haverá para dizer. Mas as críticas devem colar à realidade. Quando toda a
gente está ultra-satisfeita com a gestão governamental da greve dos camionistas
e desejando o seu fim, esta e outras alminhas – ou porque simpatizam com a
extrema-esquerda ou porque representam a direita – insistem em que o que era
bom era ter deixado a greve bloquear o país. Apesar de sabermos para quem isso
seria bom, conviria que os jornais e os seus editoriais tivessem algum tino e
equidistância.
Perante a possibilidade real de
ficarem indisponíveis os combustíveis nas bombas, ambulâncias e hospitais e os
alimentos nos supermercados, jornalistas espertos como a Ana Sá Lopes entendem,
e dizem-no sem qualquer noção, ou a soldo, que o Governo não deveria ter tomado
medida alguma. Alegadamente para não atentar contra o direito à greve. E, se
tomou medidas, é porque Costa se armou em Margaret Thatcher na crise dos
mineiros. Isto, para quem não o saiba, é uma patetice sem adjectivação.
É que, daí até chamar a Costa o
Salvini ou o Orbán atlântico, ou Hitler daqui a uns dias, vai um saltinho.
Triste imprensa, em que não há um único articulista que valha a pena ler. E, de
facto, eu só os leio de vez em quando para me inteirar do seu estado de saúde.
Tipo: “Deixa cá ver como este tem passado“. Até agora, não há melhoras.
Reconheço apenas que há picos de febre e pequenas e temporárias acalmias.
POR PENÉLOPE
POR PENÉLOPE
Do blogue Aspirina B
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