Nos últimos dias apareceram
cogitações nas redes sociais sobre a hipótese do pardal ter por trás o sinistro
Steve Bannon cujo propósito desestabilizador das democracias europeias é bem
conhecido. A demonstração fica por fazer mas, como dizem os italianos, se não é
verdade, é bem esgalhado. Porque, de facto, existe uma estratégia das
extremas-direitas internacionais, decididas a tornarem Portugal seu alvo
potencial. O professor Boaventura Sousa Santos denunciou-o num artigo de
referência na semana passada e não terá sido propriamente um acaso que
neofascistas de vários países tenham escolhido o nosso país para se reunirem no
sábado transato.
Ao quarto dia de greve pode-se
dizer que as assombrações televisivas do pardal mudaram de tom: onde antes
imperava a jactância de quem se julgava dono e senhor da situação, revela-se
agora a patética impotência de quem sente a iminência de se ver atropelado por
circunstâncias fora do seu controle. Nos piquetes a confissão de desalento e
cansaço instala-se, as deserções crescem perante o receio de complicações
judiciais, cobiça-se o acordo conseguido por colegas abrangidos por outros
sindicatos e ouve-se Pedro Nuno Santos declarar que «o tempo da greve
terminou!».
Como qualquer rio quase a secar
teremos a arruaça desta tarde. O pardal tentará arregimentar o maior número de
indefetíveis para o acompanharem à porta do ministério, que se manterá fechada
como revelação da indiferença, que os seus derradeiros estertores suscitarão. E
quantos grevistas arriscarão prosseguir na absurda luta a partir de amanhã?
Talvez alguns dos notórios
comentadores das direitas televisivas (José Gomes Ferreira e outros que tal)
voltem então a dar sinais de si depois de tão súbito eclipse, que até
possibilitou o recurso a quem raramente vemos solicitados para tal função. Foi
grande a expetativa de ser esta a derradeira possibilidade para atrapalhar o
resultado eleitoral do Partido Socialista em outubro e o desiderato tende-os a
frustrar clamorosamente. É claro que virão lamentar, vezes sem conta, os
dividendos ganhos pelo governo com a derrota dos grevistas, mas não podem
contar com lideranças credíveis no seu lado da trincheira para que possam
sugerir alternativa credível a António Costa. Perante a possibilidade de uma
grave crise para o país Assunção Cristas faz-se fotografar na praia. Rui Rio
desapareceu e empurrou para frente dos microfones um atabalhoado David Justino
e Catarina Martins deu passos em falso, que lhe sairão certamente caros. Sobra
o Partido Comunista que, através da Fectrans, demonstrou a superioridade do
sindicalismo sério e responsável, capaz de negociar e de conseguir resultados
para os seus associados. Confirmou-se quem continua a ser o parceiro mais
fiável (Mário Nogueira à parte!) para que prossiga o esforço coletivo que, face
aos indicadores de crescimento económico ontem conhecidos, permita aos
portugueses a efetiva melhoria de qualidade de vida nos anos vindouros.
Publicada por jorge rocha
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