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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Cavaco Silva mente ou fala verdade no caso “escutas a Belém”? Ou não interessa apurar?

O relato de Cavaco Silva no livro que acabou de publicar – “Quintas-feiras e outros dias”- sobre o chamado caso das “escutas a Belém” e a reação de José Sócrates contrariando veementemente a narrativa do ex-presidente, justificaria que os protagonistas, nomeadamente os jornalistas que o noticiaram e investigaram, esclarecessem qual dos dois – Cavaco Silva e José Sócrates – mente e qual fala verdade.
No momento em que o País discute alegadas “mentiras” sobre a Caixa Geral de Depósitos será inexplicável que os principais envolvidos no caso das “escutas a Belém” se calem.
Quando o caso veio a público, em 2010 no jornal Pùblico, o então director José Manuel Fernandes, agora publisher do jornal electrónico Observador, não respondeu à ERC quando foi notificado para o fazer no decurso de uma queixa contra o jornal. Poderá talvez fazê-lo agora. Também os jornalistas do mesmo jornal, São José Almeida e Luciano Alvarez, poderão esclarecer qual das versões é verdadeira. Do mesmo modo, o então director do Diário de Notícias, João Marcelino, que publicou o email  que confirma a “encomenda” da notícia por parte do assessor de Cavaco poderá dizer o que apurou na altura. Finalmente, também o Expresso que recebeu o email e decidiu não o publicar terá certamente uma palavra a dizer sobre quem é aqui o mentiroso.
Os textos e artigos então publicados pelo Provedor dos leitores do Público Joaquim Vieira  e a deliberação da ERC não deixam dúvidas de que  a actual versão de Cavaco Silva não é  verdadeira Joaquim Vieira, na sua coluna de provedor escreveu que “tudo [as escutas] não passa de um indício, sm, mas de paranóia, oriunda do Palácio de Belém” e condenou o comportamento do jornal Público, concluindo que na elaboração da notícia resultou uma atitude objectiva de protecção da Presidência da República, que foi a fonte da notícia 
Mas a versão de Cavaco veio também a ser desmentida pelo seu assessor de então, Fernando Lima (o autor do email para o Público) que depois de abandonado pelo chefe publicou um livro onde afirma que recebeu  “ordens suoeriores” para contactar aquele  jornal e contar-lhe a estória das escutas  (a que chamou “vigilância”).
Dirão alguns que o caso está encerrado e nada há a esclarecer. Porém, tratando-se de um ex-Presidente e de um ex-primeiro-ministro e sabendo-se que um deles está a mentir, importa saber qual.
Também o Presidente Marcelo deu por encerrado  o caso dos sms entre Centeno e Domingues sobre a Caixa Geral de Depósitos e ninguém se calou. Porque se calam agora?

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