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quinta-feira, 26 de maio de 2016

A palavra e a escritura:


Longe vão os tempos em que uma palavra dada valia mais que uma escritura. Nesses tempos havia muitas pessoas que eram analfabetas e por isso não sabiam assinar. Para avaliar a sua honradez, depois de um qualquer contrato ou negócio, punham em questão a sua palavra como prova de honra. Até havia quem, depois da palavra dada, passavam saliva pela palma da mão e assim se cumprimentavam. Mas isso era noutros tempos. Hoje nem a assinatura vale de nada.

Tudo isto vem a propósito da atitude que Pedrinho, nome dado a Pedro Moreira, atleta do Sport Clube Freamunde. Depois de há uns meses ter assinado contrato, julgo por mais dois anos, com o clube que ele dizia do seu coração, tomou a decisão de ir para outro clube de futebol.

Em primeiro lugar falava-se no Rio Ave Futebol Clube e agora consta-se no Futebol Clube de Paços de Ferreira.









Todo o jogador profissional tem ambições. São não as têm os burros. Mas entre ambição e respeitar o contrato assinado vai uma grande diferença. Alega Pedrinho, vencimentos em atraso.

Mas antes de assinar esses atrasos no vencimento já não existiam? Alguém forçou Pedrinho a assinar! Acho que não.

Em Freamunde somos uma terra de democratas. Sei que Pedrinho não nasceu em Freamunde. Nasceu em Freamunde mas para o futebol. Talvez por isso lhe falte esse dom que nos caracteriza.
Depois de três anos em que não teve lugar na equipa principal o Sport Clube de Freamunde nunca o abandonou. Emprestou-o a uma equipa de escalão inferior para ali "rodar".

No início da temporada vinha prestar provas, até que ficou a fazer parte do plantel. Andou a suplente até que veio a ter lugar como titular no onze do Sport Clube de Freamunde.

Começou a dar nas vistas e, por forças das circunstâncias, passou a ser um dos capitães de equipa. Esta nomeação não se dá a qualquer um. Tem que se ter características: lealdade, honradez e liderança.

Todos os Freamundenses julgavam que as tinha. Gostavam de o ver quando marcava um golo bater com a mão no coração e agarrar com mão férrea a nobre camisola do Sport Clube Freamunde.

Mas... era só fogo de vista. Há primeira oportunidade o "vil" dinheiro falou mais alto.

Rompeu com a assinatura escrita antes dois meses. De ídolo passou a ídolo com pés de barro.

Julgo que a maioria dos Freamundenses lhe desejam para o clube que vá que o equipamento, incluindo as chuteiras, desse clube, lhe pesem toneladas para que ele não se possa arrastar no campo.

Somos um povo que idolatramos os nossos heróis. E tantas vezes lhe chamamos isso. Mas agora apercebermos-nos que tudo foi em vão.

Assinatura dada não é assinatura honrada.

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