Foram para a política quando deviam ter ido para patrões no Bangladesh.
Ali não precisariam de saber fazer política - isto é, prevenir, ceder aqui e
influenciar ali, ser maquiavéis e discutir... -, só precisavam de distribuir
umas lamparinas em caso de reticências. Mas não, foram para a política, a arte
do compromisso. O azar é que lhes calhou a taluda e chegaram ao Governo. Era
como se o alheado do Vítor Gaspar chegasse a ministro das Finanças. Ah,
chegou?! Então já sabem. O problema é que ele não é caso único de tipo que
chumba cada dia. Por falar em chumbar, peguem no Crato dos exames. Foi para
patrão dos professores, um sector coriáceo (tão duro e tão cego que foi dos que
mais ajudaram a instalar esta trupe no Governo). Ministro, Nuno Crato tinha um
plano para tirar poder aos professores. Atenção, não vou aqui discutir se é
justo ou não, digo que há plano. Logo, se era para os combater, um político
nunca teria pensado em fazê-lo quando os professores são mais capazes de
mostrar a sua força de grupo. Ora que altura escolheu o ministro para o
confronto? A época de exames, que é como invadir a Rússia no inverno. Dando-se
conta da asneira, Crato recorreu aos tribunais para impedir a greve dos
professores. Pois ontem soube-se que ele não vai poder obrigar aos serviços
mínimos porque faltava papelada no que mandou para o tribunal! Crato exige
exames e ele próprio chumba a todos. Resta-lhe ir para o Bangladesh mandar em
mudos.
FERREIRA FERNANDES
FERREIRA FERNANDES

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