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domingo, 9 de junho de 2013

A ÚLTIMA RAÍNHA (D. AMÉLIA):


Uma Princesa Honrada
Que Amélia se chamava
À Pampilhosa chegou
Onde o Príncipe encantado
Depois do comboio encostado
Muitas flores lhe ofertou.

De França a expulsaram
E na Inglaterra a educaram
Como Princesa de Orleães
Mas viria a ser Rainha
De Portugal estimadinha
Por muitas dedicadas Mães.

E com o Rei a seu lado
Se dedicou com agrado
Foi rainha exemplar
Pois Fundações foi criando
E os pobres apoiando
Com a tuberculose a atacar.

E por grande paixão
Teve filhos por ambição
Mas a sorte não a protegeu
E foi em Vila Viçosa
Que a menina formosa
Mal germinada morreu.

Começa o seu desgosto
Vendo o regime oposto
Mas outros filhos iriam chegar
Lutando a grande Rainha
Avisa o Rei, porque convinha
Pelo que estava a verificar.

Desta velha Aristocracia
O Rei ainda governaria
Mas já com algumas desconfianças
E sua esposa alertava
Prevendo o que se esperava
Estavam perdidas as esperanças.

E à chegada a Lisboa
Gente falsa e menos boa
Mataram o Pai e o Filho
Era D. Carlos então
Que caía pelo chão
Por via do assassino.

Lutou a pobre Rainha
Salvando o filho que tinha
Batendo no assassino
Mas a Senhora de Orleães
Que ajudou tantas Mães
Via assim o seu destino.

Da felicidade que não foi mel
Apenas salvou o Manuel
Com a aposta de governar
Mas a revolução avançava
E a realeza acabava
Com a República no Torel.

Com o abandono dos servidores
Deixaram de ser senhores
Até se ver a partida
Pois de Mafra à Ericeita
Com iate ou traineira
Acabou com a partida.

Levou dentro do coração
Sintra, Cascais, onde no Verão
Se deleitava, a gozar
Também Vila Viçosa
Onde a Rainha bondosa
Sentiu a alegria a faltar.

Hoje dignamente recordada
Como Rainha estimada
Por tudo quanto deixou
Pois assim a D. Amélia
Não viu as flores da camélia
Que com carinho plantou.

Adelino Borges

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