A sexta - feira começou com uma chuva miudinha, daquelas que enervam, que é chamada de chuva de molha tolos. Imagino as dores de barriga dos festeiros que compõem a Comissão de Festas Sebastianas. Já por lá passei e sei o que são dores de barriga. As responsabilidades são muitas e a vinda da chuva nestes dias pode deitar tudo a perder.
Ainda tenho na memória a chuva da noitada de segunda-feira do ano de 1961. Nesse dia era o dia da marcha alegórica e a chuva era tanta que as pessoas não saíram de casa. Adiou-se a marcha alegórica para o outro dia. Tenho nos ouvidos o som dos auto falantes nos carros do Sr. Anselmo Marques a anunciar a saída da marcha na terça-feira à mesma hora. O dia estava esplêndido e não faltaram foliões a responder à chamada do dito dos auto falantes. Freamunde é assim. Julgo que deve de haver pouca gente no País a vibrar as suas festas como nós. Festa na alegria e Alegria na festa.
Era o que ia acontecer com a noitada de ontem. A vinda dos Homens da Luta ia-se tornar num desaire para os festeiros. Sei que o programa era de borla mas os festeiros gostam de ver as festas a abarrotar de foliões.
Mas havia um senão… a chuva. O povo de Freamunde e os forasteiros que gostam das Sebastianas disseram presente não se importaram com a chuva e a noitada de sexta-feira - noite dos bombos - foi um sucesso.
O Sr. João Pinto - falecido há anos - dizia quando chovia: que não seja quente que assim o corpo suporta-a. Ontem quando vi a multidão que compareceu à noitada com a chuva de molha tolos parecia ouvir a frase do Sr. João Pinto: que não seja quente.
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