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sexta-feira, 18 de março de 2011

Pedaços de Nós:

Do livro com o mesmo nome, versos de Rodela, ilustração Vitorino Ribeiro, (Inô Vitor), que deu lugar à criação da Associação Cultural e Recreativa Pedaços de Nós, fiz uns vídeos, que os coloquei no Youtube e aqui os reproduzo. Faz dia 1 de Julho do corrente ano, 10 anos, num ser humano esta idade é pouca, parece de criança, numa associação já é uma idade a considerar. Em boa hora o fizeram.
O Rodela com a sua veia poética, o Vitorino com o seu traço na ilustração, que maravilha de desenhos, parecem fotografias, quem conheceu e conhece as personagens, alguns ainda estão junto de nós, concorda com o que escrevo. Como ia dizendo, o Rodela e a sua veia poética transportaram-nos a essas passagens, aqui digo o mesmo que ele diz no verso ao Se Martinho “Catano”. É preciso ter na carcaça uns bons pares de anos para se lembrar de várias personagens. Qualquer verso é a pura verdade dessa personagem. Pena o Rodela não ter seguido os estudos, não digo que se perdeu muito, porque se ganhou algo, a sua poesia. António Aleixo era analfabeto e nem por isso deixou de ser conhecido e falado, mais que alguns doutores que por aí abundam.
Das personagens, alguns são musicados e cantados, o que me levou a fazer os tais vídeos. Aqui faço um relato mais pormenorizado, ou seja, da maneira que os via e recordo. 
Quem não se lembra do Quim Loreira. Essa figura típica que nos deliciava com as suas anedotas e graçolas nas noitadas da festa da “Vila”. 

Da Se Raquel quer fizesse chuva ou sol, nunca deixava a folha caída das árvores e algum lixo ao desleixo.
 
Do Américo Caixa que no seu tasquinho sempre tratou os seus clientes com esmero, sempre com ouvido no rádio para saber os resultados do S. C. Freamunde, quando os telefonemas se atrasavam. 
O Toninho Nogueira, que durante anos e anos foi o regente da sempre grandiosa banda, hoje Associação Musical. Desde criança a adulto, vi-o sempre à frente da Banda. Foi até onde a saúde o deixou.
Da Cecília Loreira, figura peculiar e de um bairrismo impar, sempre pronta a ajudar os festeiros da Sebastianas, com a confecção de petiscos e jantares.
Do Quim da Praça, com a sua particularidade de “preguiça” mas, sempre um parceirão e amigo do amigo.
Do João taipa, eu ainda não era nascido, e já representava o S. C. Freamunde, o meu pai que foi seu colega a jogar futebol só lhe tecia elogios, mais tarde tive oportunidade de fazer parte da equipa dele e no jogo de homenagem jogar contra o F. C. de Penafiel, num empate a duas bolas, no outro jogo que pôs frente a frente F. C. Porto e Vitória de Guimarães, não me lembro o resultado.
Do Espadinha, com a sua Florentina, sempre com as botijas de gás no carrinho de suporte, elas a bailar com a trepidação do trajecto, mais tarde era na sua furgoneta mas, julgo que ainda hoje se lembra da Florentina.
Do Fernando Lacerda lembro-me melhor. Foi meu colega de escola desde a primeira até à quarta classe, da catequese e comunhão, da inspecção militar e de outras mais. Tinha uma inteligência de fazer inveja mas a situação social não o permitiu, naquela altura ir mais longe, aliás o que nos esperava eram as fábricas de móveis ou de fazer ligaduras para os hospitais, caso dele, mas nem por isso o impediu de realizar o seu sonho que era os estudos. Acabou por o conseguir e hoje desempenha a advocacia. Foi um lutador e assim viu os seus intentos serem alcançados.
Por estas e outras é que me apraz relatar aqui no meu blogue estas personagens. Há terras iguais a Freamunde, que façam ecos dos seus filhos mas, com tanto afinco e dedicação julgo não haver. Por mim faço os possíveis para as levar aos Freamundenses e não só, para que saibam como Freamunde trata os seus filhos.     

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