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quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Arnaldo Guerra:

Era um solteirão, fazia um pouco de tudo. Desde acarretar encomendas transportadas pela Auto Viação Pacense, deixadas num lugar apropriado, para depois serem entregues aos seus donos e assim ganhar uma pequena gorjeta. Estas encomendas vinham do Porto. Foi graxa e deixava os sapatos dos clientes a parecer um espelho. Tinha por hábito responder com um assobio bocal aos seus chamamentos. Gostava do seu copito e naquele tempo quem não gostava? Entre um copo e dois dedos de conversa se esquecia a má sorte, os maus resultados do Freamunde. Aqui faço uma introdução a este “pobre” homem, mas é destes que devemos recordar.


Fiu, fiu, é o Arnaldo Guerra.
Vão chegar as encomendas,
Ainda o carro vem na Serra,
Já ele espera pelas tendas.

Como “graxa” é boa pessoa,
Nunca lhe faltou carinhos,
Pois tinha sempre uma “croa”
Para oferecer uns “neguinhos”.

Em qualquer tasca, se aberta,
Ele lá está pela certa,
Quem por certo não o viu?

Sentado na sua caixa,
Com a latita de graxa,
Sempre contente, fiu, fiu…

Poesia ilustrada: Rodela / Inô Vítor

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