O “tarifão” de Trump veio abanar algumas interpretações dos últimos anos sobre a evolução do capitalismo, que passou da fase selvagem e imperialista para a sociedade do “bem estar” dos Trinta Anos gloriosos, daí evoluindo para o consumismo exacerbado propiciado pela globalização, que tenderia a culminar numa concentração de capital em poucas mãos e na condenação da grande maioria a uma sobrevivência precária.
O ter-se chegado a essa inaudita desigualdade entre os que tudo têm, e os que só ficam com as sobras, redundou no trumpismo. Porque os oligarcas sabem incomportável prosseguir numa direção, que tende a acelerar a contestação coletiva desta realidade. Daí quererem-se enganar os mais crédulos - os “deploráveis” tal qual os crismou Hilary Clinton - com uma mistificação bem construída nos medias e nas redes sociais.
O regresso do trumpismo aos pressupostos dos finais do século XIX abre um campo de experiências de imprevisíveis resultados: será solução para o capitalismo reinventar-se e, qual fénix moribunda, renascer para mais um ciclo dominador? Ou as realidades ambientais, a par da sempiterna luta de classes, significará um passo adiante para as redentoras revoluções por que há tanto esperamos?
Por agora é altura de comprar as pipocas e pormo-nos a constatar o que resultará de todo esse experimentalismo económico!
Publicada por jorge rocha
Do blogue Ventos Semeados
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