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domingo, 19 de janeiro de 2025

O propositado desgoverno do SNS - a palavra ao meu marido:

O Mentenegro vai conseguir concluir antes da data prevista o objetivo que tinha/tem de acabar com o SNS. 

Nomear a Ana Paula Martins para ministra da Saúde -- a sua incompetência para o cargo é demonstrada dia sim, dia sim -- foi uma peça do puzzle. O objetivo é passar os processos lucrativos da Saúde para os privados e deixar ao cuidado dos serviços públicos os casos que os privados não querem. É esta a politica do Governo.

O caso Gandra d´Almeida é exemplar. Primeiro o Governo correu com o Fernando Araújo que manifestamente tinha  a competência suficiente para o cargo de diretor executivo do SNS,  e nomeou um incompetente. 

E quando me refiro ao Governo é porque não acredito que o processo que conduziu à demissão de FA e à nomeação de GdA não tenham tido o beneplácito do PM. 

"Acertaram" na escolha do novo diretor executivo do SNS porque a incompetência do d´Almeida conseguiu piorar  a prestação dos serviços do SNS em todos os aspetos, e todas as medidas que tomou foram um desastre. Obviamente que a Ministra é corresponsável por este estado de coisas. 

Mas tiveram azar: o d´Almeida não conseguiu levar o trabalho até ao fim. A comunicação social  descobriu que o d`Almeida, para além de incompetente, é um tipo cheio de chico espertezas. Era diretor do INEM Norte e, embora seja proibido, prestava serviços remunerados como tarefeiro em Hospitais no Algarve. 

Devia ser esclarecido como, sendo diretor a tempo inteiro, viajava 500 km e conseguia prestar serviços durante o número de horas suficientes para ganhar cerca de 200 mil Euros em pouco mais de dois anos. 

Mas, aparentemente, a ser verdade a suspeição que veio a lume, a chico esperteza pode não se ter ficado por aqui. Segundo notícias e ainda em investigação, há desconfianças de que tenha ultrapassado filas de espera para uma cirurgia no SNS e, pasme-se, embora tivesse uma atividade profissional muito acima da media, parece que conseguiu que lhe fosse atribuído um grau de incapacidade de 60%. 

Entretanto, criou uma empresa com a mulher para faturar os serviços que prestava, empresa essa onde provavelmente "meteria" todas as despesas que podia para não pagar IRC. E, simultaneamente, como tem uma incapacidade de 60%. tem desconto no IRS. O d`Almeida não brinca em serviço ou não fosse ele militar. 

Realmente é preciso descaramento! 

Mas também é preciso fazer algumas perguntas: o governo não sabia do "esquema" do d`Almeida? Ou a ministra saberia e "assobiou" para o lado? 

Que tipo de escrutínio é feito quando são nomeados dirigentes? 

O critério é apenas o cartão do PSD, não sendo relevante a competência? 

Se as nomeações do Governo/Ministra para o SNS e para o INEM foram os dois incompetentes que conhecemos, provavelmente os novos administradores das ULS serão igualmente incompetentes nomeados por critérios apenas partidários, ou não? É o mais provável.

Será que as ressalvas da CRESAP na escolha dos futuros administradores e directores são tidas em conta ou basta apenas a assinatura do PM para eles serem nomeados, independentemente de não terem competência para  a função? 

Também seria interessante sabermos quantos médicos saíram do SNS para o privado mas, de facto, continuam a prestar serviços ao SNS como tarefeiros. O valor pago definido pela atual ministra potencia este estado de coisas. 

Só mais uma coisinha: tem sentido os médicos formarem empresas para prestarem serviços como tarefeiros ao SNS unicamente porque, assim, conseguem pagar menos impostos? Eu diria que não!

O objetivo do Montenegro e da Ana Paula Martins parece ser darem cabo do SNS e, passo a passo, parece que estão a caminho de o conseguirem. 

Contudo ainda tenho alguma esperança que não sejam bem sucedidos.

Do blogue Um jeito manso 

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