(Por Estátua de Sal, 22/01/2025)
Estive hoje a ver o debate de urgência na Assembleia da República, sobre o SNS pedido pelo PS. O pedido teve como pano de fundo as trapalhadas que estiveram na origem da demissão do diretor executivo do SNS, Gandra d’Almeida – o apóstrofe é só para gente fina -, homem de agraciado pelos deuses com o extraordinário dom da ubiquidade, em todo o seu esplendor lucrativo.
O PS quer a cabeça da Ministra da Saúde. Esta, nem sequer compareceu ao debate – mandou uma Secretária de Estado -, talvez porque tinha hora marcada no cabeleireiro, já que não entregam cabeças em bandejas aos opositores que não estejam apresentáveis, ou seja, bem penteadas.
O PSD diz que o Gandra foi ao pote no tempo do Governo PS e que o Costa é que era um ceguinho que não deu por nada. Se o Costa fosse competente tinha descoberto a marosca e colocado um aviso na pasta de transição de poderes para o Governo PSD, nestes termos: “Cuidado com o Gandra, que fique nas encolhas ou vão arranjar uma ganda barafunda.”
O Chega diz que o PS pediu o debate de urgência para dar visibilidade aos seus candidatos autárquicos, e que, o SNS está desabar devido à incompetência do PS e do PSD, como o caso do D’Almeida ilustra: Se o PS o deixou meter a mão na massa, o PSD ainda o premiou pela “proeza”, entregando-lhe a gestão do SNS, para ele ter a possibilidade de transportar as ilegalidades para um patamar mais elevado, logo mais lucrativo.
Para o PCP, sempre igual a si próprio, o SNS está em processo de desmembramento e PS e PSD são gémeos siameses nesse processo: entre o que diz mata, e o que diz esfola, as diferenças são apenas de cadência e de calibre da arma.
Passo à frente da IL, do Livre e do PAN por requentados e insípidos contributos e passo à única intervenção substantiva e incisiva do debate, protagonizada por Mariana Mortágua do BE.
Por muita prosápia propagandistica que se use para atacar a política de saúde que o PSD, pela mão da ministra mais contestada do atual Governo, está a conduzir, tal não chega para a descredibilizar, a não ser que se chamem os bois pelos nomes. Ora, foi isso que Mariana Mortágua fez na sua corrosiva intervenção.
Sim, a política de saúde do PSD está a destruir o SNS em prol de interesses privados. Ficámos a saber quem são. As nomeações provém todas de um acervo de compadres. Ficámos a saber quem são. Como todos eles se ligam uns aos outros por vasos comunicantes obscuros. Ficámos a saber quais são.
E porque o Gandra fazia parte dessa seita de gente virtusosa foi nomeado para Diretor Executivo do SNS. Ficámos, pois, a saber porquê. Quanto a Álvaro Almeida – será que é um Almeida 2.0 mas sem apóstrofe? – também ele é um compadre virtuoso e foi nomeado novo Diretor Executivo do SNS. Também ficámos, pois, a saber porquê.
Sim, como podem ver no vídeo abaixo, está lá tudo. Nomes, conexões, amizades e compadrios. Contudo, já estou à espera que o Montenegro venha dizer que é tudo mentira e que bata no peito com toda a sua desfaçatez e hipocrisia dizendo: “Eu, a destruir o SNS? Nunca! Eu estou sempre ao lado do povo!”
Do blogue Estátua de Sal
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