BRUXELAS, 25 Mai (Reuters) - Itália e Hungria instaram a UE a pedir explicitamente um cessar-fogo na Ucrânia e negociações de paz com a Rússia, colocando-se em desacordo com outros Estados membros determinados a adotar uma linha dura com Moscovo antes de uma cimeira na próxima semana.
Em uma reunião de enviados da UE na sexta-feira, o embaixador da Itália propôs mudanças no texto dizendo que deveria se referir a negociações de paz e estabelecer um cessar-fogo imediato como um dos primeiros objetivos da UE, segundo pessoas que participaram da reunião.
Essa proposta foi apoiada pela Hungria e Chipre, que estão entre os estados mais críticos de um novo pacote de sanções da UE contra a Rússia que está bloqueado há semanas por causa de divisões internas.
A Hungria se opõe a um embargo de petróleo, enquanto Chipre se preocupa com uma proposta de proibição de venda de propriedades para cidadãos russos.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em um discurso no fórum de Davos na terça-feira, assumiu uma posição dura em relação à Rússia e não fez menção a negociações de paz.
"A Ucrânia deve vencer esta guerra, e a agressão de Putin (o presidente russo Vladimir) deve ser um fracasso estratégico", disse ela.
O último rascunho das conclusões da cimeira diz que a UE "continua comprometida em reforçar a capacidade da Ucrânia de defender sua integridade e soberania territorial".
Os países bálticos e a Polônia estão entre os mais fortes defensores de uma linha dura, e a Letônia pediu palavras ainda mais explícitas para aumentar o apoio militar, disseram diplomatas.
Um rascunho revisto deve ocorrer ainda nesta quarta-feira, após uma reunião de enviados da UE, disse um diplomata.
A Itália propôs na semana passada um plano de paz que envolveria as Nações Unidas, a UE e a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa como facilitadores para organizar inicialmente um cessar-fogo localizado.
Carlos Fino
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