Um jovem de 18 anos entra numa escola primária e mata 20 crianças e dois professores, deixando vários feridos. Cena infelizmente muito comum num só país do mundo, os Estados Unidos da América...
Admiro os EUA por muitas razões. E detesto os EUA por outras tantas.
Fascina-me a sua música (em todos os géneros), o cinema até à chamada Idade de Ouro da Sétima Arte (depois disso caiu muito, embora continue a haver muito bom cinema, mas à margem da grande produção industrial), a literatura, o teatro nos seus vários géneros, desde a Broadway à vanguarda, o bailado, a imensa vitalidade e o esplendor em todas as expressões artísticas, a excelência da sua produção científica, o culto da responsabilidade individual e do rigor presente em todas as áreas da sociedade.
Detesto os Estados Unidos pela absoluta intolerância e extremismo das suas facções radicais (tanto à direita como à esquerda), pelo racismo, pelo fundamentalismo religioso que domina a sua sociedade, pela selvajaria do seu capitalismo desregrado, pelo seu desprezo pela solidariedade social, pelo culto desbragado da lei do mais forte, assim como pela absoluta obsessão pelas armas e a cultura de violência inerente que conduzem sistematicamente a morticínios como mais este que que aqui é noticiado.
Esta cultura de violência e de intolerância (profundamente contraditório com o seu amor pela liberdade) leva os EUA a assumir-se como o principal gerador de violência e guerra um pouco por todo o mundo. Os EUA estão constantemente em guerra, com forças suas directamente implicadas em intervenções do todo o globo. Exceptuando as duas guerras mundiais, para as quais os EUA foram puxados pela força das circunstâncias (as únicas que terminaram como vencedores), há um desfile interminável de intervenções directas e indirectas dos EUA no mundo com milhões e milhões de mortos, arrastando um cortejo interminável de misérias, do Vietname ao Afeganistão, ao Iraque, etc...
Singular país este de duas caras, o dos cowboys e da mortantade, e o outro, o do esplendor das ciências, das artes e das grandes realizações técnicas em todos os campos!...
Um país que no final do quinto mês de 2022, com 144 dias decorridos no ano, já teve mais ataques armados em massa do que dias no calendário. Acho que isto é suficiente para mostrar que algo está profundamente errado naquela sociedade...
Zé-António Pimenta de França
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