A destruição dos bens e das estruturas que os produzem: fábricas, capital humano, instituições. As sanções económicas, os bloqueios de portos, a proibição de transações comerciais, os arrestamentos de bens (navios e aviões, p.ex), o internamento e a tomada de reféns do inimigo fazem parte da panóplia dos meios de guerra. Estes ações são manobras militares, como bombardeamentos. Não há qualquer justificação em qualquer lei.
Causou-me, por isso, grande admiração que o Reino Unido, que ao longo da História nunca utilizou o direito como um instrumento de guerra, ou de domínio, mas sim a sua Armada, tenha invocado o Direito para autorizar que um cidadão inglês, e também português e também israelita e também russo, possa vender uma empresa - o Chelsea - a um empresário americano! - e pedido autorização ao governo português (um Estado que sempre lhe foi vassalo desde a fundação) para que o tal cidadão de 4 nacionalidades possa assinar o contrato de compra e venda!
Por mero acaso, quando andava pela internet em busca de umas informações para o que ando a escrever, deparei-me com esta imagem. Não pretendo de modo algum ofender uma comunidade tão sensível como é a dos zeladores da moral do FB - bebam com moderação - mas este boneco pareceu-me o dito Abramovitch a saudar a autorização da venda do Chelsea e a agradecer a decisão do governo português! Olha se Portugal não autorizava! Cheers! Julgo que o Abramovitch e o Boris Johnson fazem uma boa parelha de amigos de bar e de parties. Talvez fosse de o governo português lhes mandar uma garrafa de bagaceira... ou de Licor Beirão, que é de uma amiga minha.
Às vezes sinto um triste desprezo por quem se presta a estes papéis de dar cobertura a situações a que bastava o silêncio para não nos enxovalharem.
Carlos Matos Gomes
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