Os Vampiros:

Ontem com a comunicação ao País do 1º. Ministro os funcionários públicos levaram um soco no estômago como é usual ele dizer. Não mereciam isto. Pelo que disse em campanha eleitoral onde nos prometeu uma vida diferente, com medidas diferentes e justas, quando foi confrontado com perguntas de cidadãos anónimos sobre o corte de salários e subsídios, como protagonizava José Sócrates. Sempre negou. Numa visita a uma escola secundária, disse a uma jovem: isso é mentira, são invenções do 1º. Ministro. A uma mulher que o interpelou sobre o acabar com as novas oportunidades, depois dum discordar de ideias, ofereceu-lhe uma enxada para ir para a agricultura. Afinal tudo era verdade. O que dizia que era invenção de Sócrates, é uma pura realidade. Sócrates deve dizer: e o Pinóquio sou eu?! 
Quem tiver dúvidas pode constatar o teor das declarações e intervenções de Passos Coelho.  

Quando não se tem capacidades para se resolver os problemas não se devem candidatar. Cada macaco deve estar no seu galho e não se deve querer tocar rabecão sendo-se sapateiro. 

É com desgosto e mágoa que constato que ao contrário do prometido caminhamos para pior. Mal por mal estávamos melhor com Sócrates. Havia mais alegria. Hoje somos um povo amargurado. Não vemos quem nos possa dar alento e remar contra a maré. Que triste fado o nosso.

Não sou pessoa de ser malcriado com quem me prejudica e que me tira o que com sacrifício alcancei para o meu futuro que foi o meu vencimento mensal, único rendimento que usufruo. Não é justo e sinto-me traído como os milhões de funcionários públicos. Que mal fizemos ao País e a este governo? Principalmente este 1º. Ministro. 
Foi acusado hoje no debate parlamentar por Jerónimo de Sousa que não sabia o que era a vida. Estou totalmente de acordo. Uma pessoa que leva uma vida a viver à custa dos pais, uma eternidade a tirar um curso, nunca devia de ter tal mordomia. Parece um vampiro a sugar o sangue a pobres criaturas. Às ricas  não tem coragem.

O vídeo que acompanha o texto é o último concerto de Zeca Afonso em 29 de Janeiro de 1983, no Coliseu, em Lisboa, está actualizado com a realidade. Sempre tive aversão aos filmes sobre vampiros por que não gosto de ver e saber que existem estas figuras mitológicas que vivem do sangue (suor) dos mais desprotegidos. Segue também a letra para todos meditarem o que são vampiros.

No céu cinzento sob o astro mudo
Batendo as asas pela noite calada
Vêm em bandos com pés veludo
Chupar o sangue fresco da manada

Se alguém se engana com seu ar sisudo
E lhes franqueia as portas à chegada
Eles comem tudo eles comem tudo
Eles comem tudo e não deixam nada [Bis]

A toda a parte chegam os vampiros
Poisam nos prédios poisam nas calçadas
Trazem no ventre despojos antigos
Mas nada os prende às vidas acabadas

São os mordomos do universo todo
Senhores à força mandadores sem lei
Enchem as tulhas bebem vinho novo
Dançam a ronda no pinhal do rei

Eles comem tudo eles comem tudo
Eles comem tudo e não deixam nada

No chão do medo tombam os vencidos
Ouvem-se os gritos na noite abafada
Jazem nos fossos vítimas dum credo
E não se esgota o sangue da manada

Se alguém se engana com seu ar sisudo
E lhe franqueia as portas à chegada
Eles comem tudo eles comem tudo
Eles comem tudo e não deixam nada

Eles comem tudo eles comem tudo
Eles comem tudo e não deixam nada