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segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025

A guerra na Ucrânia e a União Europeia, hoje em Kiev:

 (Carlos Esperança, in Facebook, 24/02/2025, Revisão da Estátua)


«Ser inimigo dos EUA é perigoso, mas ser amigo é fatal» (Henry Kissinger)

Mark Rutte, comissário político de Biden e secretário-geral da NATO, não se demitiu por não perceber que é dispensável na comissão liquidatária e inútil na sua reconfiguração. E a União Europeia precisa de preparar a sua sobrevivência e evitar o risco de implosão.

Estão todos tão embevecidos a ser vassalos dos EUA que não avaliam os estragos da sua nova administração, tão tóxica como a anterior, mas alheia ao direito internacional, às alianças, à preservação do ambiente e ao futuro da Humanidade.

Nunca questionaram a influência da violação dos acordos de Minsk e do avanço da NATO para leste na explosão do nacionalismo russo, e a pulsão da guerra foi tal que ninguém se lembrou de um plano de paz. A russofobia de Kaja Kallas contagiou tanto a União Europeia que lhe retirou capacidade de mediação do conflito.

A União Europeia deixou de comprar gás à Rússia por ser uma ditadura, e continuou a comprá-lo às teocracias árabes ou através da Turquia, e acrescentou o gás de xisto dos EUA!

A União Europeia, Alemanha incluída, silenciou a sabotagem do gasoduto Nord Stream 2 e atribuiu-a à Rússia, cuja implosão económica desejava. O ato de vassalagem provocou o colapso da economia da União Europeia ao serviço dos interesses americanos. Pedem agora 5% do PIB para a Defesa da União Europeia e continuação da vassalagem aos EUA! Ainda contra a Rússia?

A União Europeia construiu uma narrativa onde a verdade é única e não raro falsa. A censura, sob o apodo de putinista a quem a contrariasse, virou-se contra os censores, e o regresso de Trump, muito mais experiente a mentir, destruiu o discurso feito para agradar a Biden.

Trump, Ellon Musk e outros próceres fascistas usam uma linguagem, contra Zelensky e a Ucrânia, tão grosseira, intimidante e de tal humilhação, que devia revoltar os vassalos, mas, como cinicamente previu Putin, abanam a cauda.

Zelensky, seja qual for o destino da Ucrânia, está politicamente morto, e a União Europeia, vencida, comporta-se como se a guerra fosse sua, mas não consegue falar a uma só voz nem tem meios para inverter a sorte da guerra.

Enquanto a China beneficiou sem gastar um euro ou um homem, à União Europeia restará lamber as feridas e procurar novas alianças. A Ucrânia jamais regressará às fronteiras anteriores e a Rússia não recuperará desta guerra durante a vida de Putin.

Trump não tardará a soçobrar, mas a UE, desavinda e exausta, insistiu hoje em Kiev no prolongamento da guerra que fez crescer a extrema-direita e as divisões no seu interior.

Com os EUA como inimigo, se não houver petróleo em Bruxelas e soldados dispostos a marchar para a Ucrânia, é a União Europeia que ameaça desintegrar-se.

Do blogueEstátua de Sal 

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