Ainda agora começou o ano e já estão a estragá-lo. Marcelo botou discurso. Estava numa tribuna, mas falou com o se estivesse num café com amigalhaços. Falou da política externa como se estivesse a dirigir-se a idiotas – não faltou a conversa da treta da Europa trespassar responsabilidades de conflitos provocados por outros e a insinuação de reforço das despesas da defesa. Fez votos cuja concretização só seria possível com políticas opostas às que defende. O que torna as referências aos pobres e à pobreza um exercício de pura hipocrisia. Aliás, as preocupações de Marcelo com a pobreza nunca incluem a sua erradicação. Que bonitos são os pobrezinhos! Não fossem eles, como poderia Marcelo simular qualquer preocupação gratuita com os outros?
Um detalhe particularmente sórdido, tributário da tese da “peste grisalha” atacada, em tempos, pela ala fascista da JSD, é o da distinção entre os “jovens que avançam” e os velhos – 50, 60,75, especificou – que se “fecham em becos”. Estas palavras querem mesmo dizer o que nelas se explicita, não são um lapso. Aliás, é um mantra da direita esta mania de substituir o verdadeiro conflito social por ficções que lhe convêm. As variações sobre este suposto conflito entre novos e velhos são muitas e igualmente rascas e enganosas. Mas é sobre estes terrenos que os Marcelos desta vida prosperam. Com a ajuda de muitos de vós.
Marcelo: cada vez menos convincente quanto às suas preocupações caridosas, cada vez mais óbvio quanto à sua falta de qualidade(s) para exercer as funções que lhe foram confiadas e jurou cumprir.
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