Madrugada dentro vou seguindo em diversos canais a extraordinária aventura de Maria Corina Machado, conhecida como líder da oposição venezuelana, e do seu protegido Edmundo Gonzalez Urrutia, autoproclamado presidente que, tanto quanto vou percebendo, vai ter alguma dificuldade em tomar posse mais logo.
Edmundo reuniu uma bela entourage de ex-presidentes da direita extrema da América do Sul e também de um ou outro atual presidente como Javier Milei, da Argentina, hoje uma referência da liberdade extrema no mundo. o meu cepticismo reside no seguinte. apesar das trombetas mediáticas que se articularam para preparar e celebrar o regresso triunfal da Maria, aliás respaldado pelo Parlamento Europeu, a incursão em Caracas foi um rotundo fracasso. as suas hostes ou ficaram em casa ou não são tão numerosas quanto ela imaginava. tendo mobilizado perto do zero, em função das expectativas, deitou mão de um plano B. pôs a circular a notícia de ter sido "violentamente" sequestrada pela polícia. Edmundo não se fez rogado e tratou de exigir, virilmente, enquanto presidente eleito, a libertação imediata da intrépida combatente saída da clandestinidade.
Deve ter sido essa poderosa intervenção que a libertou em menos de uma hora. agora a sério. primeiro, a Maria nunca esteve presa; segundo, inventou a prisão para desviar as atenções do fracasso; terceiro, é espantoso como os media sistémicos foram atrás da história da prisão posta a correr, sem qualquer espécie de verificação; quarto, os jornais ditos de referência, acreditando na bondade da causa, já nem sequer se apercebem da leviandade com que publicam fake news. em suma, é o triunfo da realidade alternativa e da pós-verdade. a terminar, para vos dar uma ideia do delírio, deixo na caixa dos comentários um exemplo da cobertura, em direto, de uma televisão chilena da alegada prisão de Corina Machado da qual, evidentemente, não há uma única imagem.
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