(Carlos Matos Gomes, in Facebook, 30/12/2024, revisão da Estátua)
O doutor Rosalino e Homer Simpson, o mesmo pensamento. Homer Simpson é uma personagem que reflete o pensamento dos simples.
A decisão do doutor Rosalino de recusar a aceitação do novo cargo de Secretário-Geral do Governo com a remuneração de 15 mil euros que ganhava pelas indefinidas funções como consultor no Banco de Portugal, depois de mais uma comissão como administrador, pode ser equiparada ao raciocínio de Homer Simpson antes de se reformar e ir de férias:
– Se eu posso ganhar 15 mil euros e ter direito às mordomias não desprezíveis associadas ao cargo de não fazer nada como consultor, por que carga de água ia aceitar trabalhar pelos mesmos 15 mil euros e ser sujeito à inveja e má-língua nacional?
O doutor Rosalino terá, imagino, dito à companheira: arruma a mala que vamos mas é passar o ano às Caraíbas, ou ao Dubai, ou às Malvinas… Os invejosos que se mordam e o Montenegro que se desenrasque! Grande Homer Rosalino!
É evidente, que este folhetim contém matérias sérias. A primeira, a da dificuldade seleção de quadros para a alta administração do Estado em concorrência com o setor privado. O caso da contratação de médicos para o SNS em concorrência com o setor privado é do mesmo tipo. Há muitos médicos rosalinos, ou muitos rosalinos médicos! A segunda, a da exposição ao enxovalho de quem aceita cargos públicos. O doutor Rosalino não cometeu qualquer crime ao aceitar o cargo de Secretário-Geral, nem por preferir ganhar os 15 mil euros que ganhava descansadamente no Banco de Portugal em vez dos 7 ou 8 mil que constava da tabela do Estado.
A terceira questão é a da inépcia do governo e do seu chefe, que devia ter aprendido alguma coisa com os erros de casting que são as ministras da Saúde, da Administração Interna, da Justiça e da Cultura, para se precaver e aconselhar antes de qualquer nomeação.
A governação de pé na tábua e fé na mansidão do povo dá maus resultados. Boas férias ao doutor Rosalino que escapou a tempo…
Do blogue Estátua de Sal
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