1. Sou dos que defendem melhor remuneração para quem exerce cargos políticos na expetativa de a eles acederem os mais competentes e não só quem procura futuro fácil, que o mérito não justificaria. Mas o caso de Helder Rosalino tende a desmentir essa tese já que não se lhe conhecem saberes, nem competências, distintas das exuberantemente (não) demonstradas por quem virão a ser os seus parceiros de (des)governo. Homem sem qualidades, que se lhe reconheçam, prepara-se para embolsar 15 mil euros mensais à custa de tergiversações legais criadas em sua intenção.
Numa frase lapidar a Ana Sá Lopes comenta, na última página do Público de hoje, que ele é apenas aquele que, no tempo da troika, nos privou do pão e , agora (qual Maria Antonieta de uma corte decadente!) se apresta a comer brioches.
2. O bando, que tomou de assalto o Ministério da Saúde para definhar o SNS e transferir indecoroso volume de recursos do orçamento para os grupos privados, continua em roda livre: nenhum dos problemas que, segundo as suas promessas, seriam lestamente resolvidos, encontraram a mínima satisfação, antes se agravando, como o demonstram o caos nas Urgências, o atraso nas cirurgias e o número de doentes sem médico de família.
Ao invés não cessam as demissões para a despudorada distribuição de tachos pelos boys e girls afetos à direita.
Dá para ficar seriamente apreensivo com a possibilidade de virmos a passar por uma nova pandemia: com esta gente será de temer que o pior possa suceder.
3. Chegado a esta idade detesto, que me queiram infantilizar com histórias da carochinha para melhor virem ao bolso.
Exemplo disso é toda a propaganda, que tende a mostrar Zelensky como um impoluto anjo e Putin como um pérfido diabo. Como a História tem testemunha o maniqueísmo primário nada tem de conotável com a realidade.
Factos óbvios das políticas europeias quanto ao conflito da Ucrânia é a pauperização dos seus cidadãos, vulnerabilizados pelos “encantos” das extremas-direitas, ao mesmo tempo que enriquecem os donos das empresas norte-americanas de armamento. Enquanto a Europa definha, os States medram.
Agora querem-nos impor 4% dos orçamentos para despesas com a defesa, conseguindo-os à custa das pensões dos reformados. Bom será que nos preparemos para violenta reação contra o esbulho anunciado pelo holandês Rutte, que sucedeu ao tonto sueco Stoltenberg à frente da Nato.
Publicada por jorge rocha
Do blogue Ventos Semeados
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