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terça-feira, 8 de outubro de 2024

"A Maioria Global está a assistir a esta farsa:

Os dias em que o império podia financiar guerras intermináveis sem consequências estão a chegar ao fim. A fachada está a desmoronar-se, o que resta é a verdade crua e fria: a AIPAC [lobby judeu] comprou o espectáculo e o lobby ucraniano ficou do lado de fora, a bater a uma porta que não se abre. Quando Washington não é mais do que um palco de marionetas, são os que puxam os cordelinhos que decidem o guião. E para Zelenskyy, parece que a cortina está a cair rapidamente."
Washington é o teatro, e a AIPAC é o seu diretor principal. O lobby judeu não está apenas a influenciar o palco, está a comandá-lo. Entretanto, o lobby ucraniano, outrora uma estrela sob as luzes ofuscantes de uma farsa de "luta pela democracia", foi empurrado para os bastidores, ofuscado e ultrapassado. Isto é a AIPAC a arrasar a concorrência, lembrando a todos quem manda em D.C. Zelenskyy, outrora o menino de ouro de Biden-Harris, tem agora de assistir, consternado, à sua campanha de relações públicas em tempo de guerra ser ofuscada pela de Netanyahu. Porquê? Porque em Washington, quem paga, joga - e a AIPAC é quem paga mais.
Biden-Harris acaba de aprovar rapidamente uma lei de emergência para Israel, 14,3 mil milhões de dólares em ajuda militar - mesmo quando os cofres da Ucrânia estão a secar. Mas não se trata apenas de dólares. Trata-se de presença militar, de apoio visível. Israel tem botas americanas no terreno, porta-aviões estacionados no Mediterrâneo, esquadrões inteiros prontos a atuar. A Ucrânia recebe armas, mas nunca uma intervenção direta, porque arriscar uma escalada nuclear com a Rússia pode ser demasiado suicida para Washington. A AIPAC garante que não haja dúvidas quanto à lealdade dos americanos: é o único lóbi que consegue manter democratas e republicanos em sintonia, bem agarrados ao seu dedo, prontos a financiar todos os caprichos de Telavive.
Não estamos em 2006 ou 2014, estamos numa nova era em que o Eixo da Resistência se fortalece enquanto a influência ocidental diminui. A guerra da Ucrânia foi vendida como a defesa dos "valores democráticos ocidentais"... mas as guerras de Israel, alimentadas pela impunidade e apoio ocidentais, revelam a hipocrisia. Telavive nem sequer ouve o sussurro de Washington; Netanyahu age de forma desonesta, desafiando qualquer sugestão americana para se conter, bombardeando Gaza e o Líbano sem pestanejar. Compare-se isto com Kiev, que segue obedientemente as sugestões dos EUA, na esperança de manter o seu apoio cada vez menor.
E, no entanto, a AIPAC é intocável. Faz do jogo do Congresso um guião bem ensaiado. Os senadores que se alinham são recompensados, as suas campanhas financiadas, a sua lealdade cimentada. Para o lobby ucraniano, não há lugar à mesa, só há espaço para uma guerra de cada vez apoiada pelo império m, e a AIPAC certificou-se de que o jogo é deles, as regras são deles, os lucros são deles. Zelenskyy pode ter sonhado em tempos com o tratamento dourado que Israel recebe, mas Washington é clara: o bilhete dourado pertence à AIPAC.
A Maioria Global está a assistir a esta farsa. Os dias em que o império podia financiar guerras intermináveis sem consequências estão a chegar ao fim. A fachada está a desmoronar-se, o que resta é a verdade crua e fria: a AIPAC comprou o espetáculo e o lobby ucraniano ficou do lado de fora, a bater a uma porta que não se abre. Quando Washington não é mais do que um palco de marionetas, são os que puxam os cordelinhos que decidem o guião. E para Zelenskyy, parece que a cortina está a cair rapidamente.
- Gerry Nolan
@Slavyangrad

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