Dizer que a democracia é, logo etimologicamente, o sistema político que dá o poder soberano ao “povo” gera equívocos onde os néscios e os imbecis tropeçam. Para estes, o povo é o conjunto dos indivíduos que gostariam de estar a mandar nos outros, mas que, por funesto destino, limitam-se a ir votar, se é que votam. Assim se concebendo, os néscios e os imbecis têm excelentes razões para se queixarem da democracia. É que ela não lhes faz as vontades, é madrasta. São outros que mandam, os malandros dos “políticos”, gente malvada. Daí proclamarem que a “democracia” não existe. Se existisse, os néscios e os imbecis estariam a mandar nesta merda toda, ’tá bem de ver.
Solução? Começar a ensinar às crianças que “democracia” não é conceito que se traduza como “o poder do povo”. Porque o povo é bronco e voraz. A ideia dos gregos, os inventores da coisa, foi outra: a democracia consiste em ter comunidades que aceitam ser governadas por uma parte dessas comunidades. Percebido? O povo apenas se sabe governar a si próprio, e mal. Para cuidar dos interesses de todos, isso só em comunidade se resolve.
13 Outubro 2024 às 9:15 por Valupi
Do blogue Aspirina B
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