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quarta-feira, 25 de setembro de 2024

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Ver crianças a brincar é sempre enternecedor, especialmente quando fingem que são presidentes da república, primeiros-ministros, políticos, deputados e outros soldadinhos de chumbo.

O menino Marcelo começou por criar uma crise política, com base numa interpretação infantil da Constituição, dissolvendo um parlamento onde existia uma maioria estável.

Note-se que a estabilidade da maioria dita socialista era apenas numérica, não mental, mas, que se saiba, a demissão de um primeiro-ministro não pode ser suficiente para uma dissolução, a não ser que se ande a brincar à política.

O menino Costa já não queria brincar mais e aproveitou para sair, fingindo que estava amuado. Entretanto, já arranjou brinquedos novos: no dia 1 de Dezembro vai poder começar a brincar como Presidente do Conselho Europeu. Enquanto vai e não vai, dedica-se a brincar ao comentário político, um passatempo infantil muito praticado na comunicação social portuguesa.

O menino Pedro Nuno Santos, aliás, quando lhe disseram que não podia continuar a brincar aos ministros, também teve uma passagem pelo recreio do comentário político (que é muito mais político do que comentário). Teve de interromper a brincadeira para ir jogar ao jogo da liderança do PS, por causa da brincadeira do menino Marcelo, quando o menino Costa disse que já não queria brincar mais.

O cargo de primeiro-ministro, entretanto, ficou para ali aos saltos e caiu nas mãos do menino Montenegro, que não sabe bem o que lhe há-de fazer, o que não é novidade, porque as crianças, de uma maneira geral, são muito descoordenadas e deixam cair.

Neste momento, a brincadeira é outra e os meninos do parque temático da Assembleia da República andam a brincar ao “Se houver eleições, a culpa é tua!”, porque as crianças, desde pequeninas, aprendem que é muito importante pôr as culpas nos outros e, por isso, é que apontam sempre para o irmão, quando os pais querem saber quem é que partiu a jarra ou quem é votou contra o orçamento.

E o problema é que é cada vez mais raro haver quem faça orçamentos, quanto mais acabar uma obra.

Do blogue Aventar

24/09/2024 by  

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