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sábado, 1 de junho de 2024

Um pensamento sobre “Teatro de enganos, com bufões e arlequins”:

Acusar a Rússia de agressão é discutível. De acordo com o direito internacional, foi a Ucrânia que agrediu as repúblicas autónomas do Donbass, que pediram ajuda à Rússia…

De facto, a Rússia reconheceu oficialmente a independência de Dombass antes de intervir para ajudar um país em dificuldades (e a Ucrânia não respeitou os acordos de Minsk, quando a Rússia, tendo assinado esses acordos, podia intervir).

O problema que os ocidentais têm com o direito é o facto de darem demasiada importância ao valor transcendental do direito e de pretenderem jogar com este quadro em seu benefício.
Passo a explicar.
Para um ocidental, as regras do direito são imutáveis, como quando se joga um jogo de tabuleiro de damas ou outro qualquer.
Na realidade, antes da existência da escrita, os direitos eram aceites através do hábito e do costume. Os direitos adquirem legitimidade porque existe uma estabilidade a que as pessoas se habituaram e, por isso, a situação é adequada. O direito escrito e, naturalmente, as constituições, as cartas e as declarações dos direitos do Homem são documentos algo solenes que só se tornam válidos porque se baseiam na realidade de uma sociedade num determinado momento.

O problema para os ocidentais surge quando um Estado entra em colapso ou quando há uma revolução. Os ocidentais (mas o resto do mundo é igual, só que os ocidentais agem como se estivessem seguros do seu golpe de Estado) não dispõem de um aparelho jurídico, de uma teoria do Estado que seja válida para legitimar o rescaldo de um golpe de Estado e de uma revolução. Aqui, depois de Maidan, em 2014, o discurso sobre a legitimidade do regime ucraniano instaurado pelos americanos não faz qualquer sentido. O golpe pôs fim a um equilíbrio precário, a uma estabilidade até então aceitável. O Ocidente recusa-se a acreditar que a instabilidade criada abre uma caixa de Pandora de exigências que vão destruir a unidade de um país.

A partir do momento em que um país é desestabilizado, há um estado de coisas, é certo que com o respeito pela lei, mas as crises são evidenciadas e não são ilegítimas. E é necessária uma situação de estabilidade que dure alguns anos para que o Estado de direito regresse. Durante anos, não houve Estado de direito na Ucrânia. E, de facto, com os acordos de Minsk, podemos ver quem procurou restabelecer o Estado de direito o mais rapidamente possível, e quem não o fez.

A definição da fronteira é também um problema, uma vez que a Ucrânia herdou as fronteiras de um enclave da URSS. É preciso ser muito ingénuo para acreditar que as fronteiras da Ucrânia eram naturalmente estáveis no final da URSS. A crise étnica foi-se instalando e acabou por eclodir. A legalidade e a legitimidade não passaram de uma mera fachada política do Ocidente para servir os interesses americanos na Ucrânia.
A Ucrânia não existia com estas fronteiras antes da URSS, e a Ucrânia não é uma unidade étnica, não apenas o Donbass e a Crimeia, uma vez que todo o sudoeste é uma extensão russa do século XVIII e não é de todo uma Ucrânia de Lvov.

Trata-se de um CONTRA-ATAQUE DA COLIZÃO RUSSA UCRÂNIA como consequência de 8 anos de bombardeamento da sua própria população por Kiev, após o golpe de Maidan dos EUA e da UE.
Este contra-ataque cumpre a obrigação da Carta das Nações Unidas de proteger a população.
Os 40.000 soldados ucranianos desta coligação ucraniano-russa, segundo Jacques Baud, que trabalhou para a NATO na Ucrânia de 2014 a 2017, estão EM CASA na Ucrânia.
20.000 soldados (ou seja, metade) vêm do exército nacional, que abandonaram em 2014 para não terem de disparar contra os seus familiares no Donbass.

Os ucranianos orientais, os cidadãos com dupla nacionalidade e os russos ucranianos puseram em ação o seu “artigo 5º”.
Só que o pedido de ajuda que é o artigo 5º da NATO é um pedido dirigido a países completamente estrangeiros que fazem parte desta coligação da NATO, enquanto a Rússia e a Ucrânia estavam no mesmo país há 33 anos.

O rei dos serviços secretos dos EUA, George Friedman, disse bem que “Maidan é o golpe (dos EUA) mais flagrante da história”.
Por isso, o contra-Maidan será TOTAL.
A europa deve punir os Estados Unidos pela carnificina que criaram, mantiveram e financiaram, negando ao mesmo tempo a paz de março de 2022.

Estamos a lidar com bastardos verdadeiramente perigosos que não estão a ser punidos e que também lixaram os países europeus.
A maioria são charlatães da política internacional e por tanta charlatanice vamos para a 3° guerra mundial!
André Campos
Num comentário a um post no blogue Estátua de sal

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