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quarta-feira, 10 de abril de 2024

A desfaçatez de um zero à direita:

A apresentação de um livro com um insuportável cheiro a mofo justificou o regresso à ribalta de um político, que para a maioria não endinheirada fez tudo mal em quanto pegou desgovernando enquanto voluntariosa marioneta da troika, retirando rendimentos e direitos a quem entendia demasiado fracos para o contestarem e, depois, fazendo ridículas birras por lhe terem tirado o “brinquedo”.

Agora, envolto numa nuvem de naftalina, decidiu perorar sobre temas mui prezados pelas gentes mais retrógradas deste país. Daí foi um passo ter-se implicitamente assumido como candidato presidencial com o beneplácito de quem já o foi, e quer continuar a sê-lo pela extrema-direita, e com a conivência de quem engole litros de água benta sem se lavar dos muitos pecados que comete, seja por atos, seja por omissões.

As televisões acorreram ao evento mas, que dirão dele todos quantos optaram pelas direitas no último ato eleitoral e não se reveem numa agenda decidida a revogar muitos dos avanços civilizacionais que, nos usos e costumes, se consolidaram nas décadas mais recentes? A menos que seja como aquele deputado do Chega, gozado pelo RAP no domingo passado que, de tez negra, defende uma Europa só para brancos, indo mais longe na desfaçatez, apelando, em sotaque brasileiro, que o país deve pertencer exclusivamente aos portugueses.

Se há gente nas direitas capaz de não ter um pingo de vergonha com o que diz, quando depois se vai mirar ao espelho, é possível que o político em causa ainda colha um número significativo de apoiantes. Seja porque o mau carácter o justifica, seja porque a inteligência não abunda nas meninges. 

Publicada por 

Do blogue Ventos Semeados 

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