O português vai ser o que tiver que ser! Nem tem que perguntar se pode. Essa história de perguntarem se eu acho que Portugal pode ser alguma coisa, não tem sentido. Eu quero lá saber se pode ou não pode! Sei que tem de fazer. É uma questão de inventarmos o futuro. Se quiser: sonhar o futuro, como se costuma dizer. Mas eu gosto mais de falar como o Frei Luís de Sousa diz do Bartolomeu de Mártires: ter saudades do futuro. Em lugar de andar a ter saudades do passado - que só serve para fazer o fado e outras coisas semelhantes que não me interessam para nada - é preciso passar a ter saudades do futuro, e ver de que futuro é que tem que se ter saudades."
- Agostinho da Silva, A NOSSA OBRIGAÇÃO É SER POETA À SOLTA (Entrevista a Carlos Câmara Leme) [1986], IN Paulo Borges (org.), AGOSTINHO DA SILVA - DISPERSOS, Ministério da Educação, 1988, p. 158.
Agostinho da Silva
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