De vez em quando dou um passeio matinal pelo Parque de Lazer de Freamunde. Assim há dias vi, já tinha lido no Facebook, o “divertimento” – baloiços, escorregas e outros atractivos, coisa de pouca monta – que estava ali a ser colocado. O que levou o meu pensamento para anos da década de cinquenta do século passado.
Era criança e, outras como eu, para matarmos o tempo de ócio, resolvíamos “montar” os nossos divertimentos. Eram rudimentares. Mas eram o que a nossa imaginação conseguia. Desde o bata parede, a cagalhufa, era um jogo com quatro buracos e um no meio que fazíamos no chão, que com bugalhas, cada adversário tinha uma, enquanto conseguíamos acertar, levávamos para o buraco do meio chamado “cagalhufa”. Esse adversário depois do seu bugalho ter lá caído ficava eliminado. Também tínhamos outro jogo a que chamávamos “montanha”. Consistia em que com terra fazíamos umas margens – idêntico às margens de um rio – punhamos obstáculos para dificultar o jogo e o primeiro a chegar à meta ganhava a partida. Sempre que o bugalho saísse das margens tinha de voltar à linha de partida. O espeto. Este era um jogo perigoso. E foi de fraca memória para um colega meu. Foi ferido com um espeto e ficou cego de olho. O jogo de futebol era o mais concorrido. Geralmente terminava com desavenças e “vias de facto”.
Tudo isto vem a propósito dos divertimentos no Parque de Lazer. Hoje a ganapada não precisa inventar nada. Tudo lhe é oferecido. Só que no Parque de Lazer de Freamunde quando se inicia algo é como as Obras de Santa Engrácia. Princípio tem. O seu fim é que um problema.
Quando nos é atribuído algo parece que é um favor e não um merecimento. Há dias em comentários no Facebook alguém comentava que a Câmara só tinha olhos para o Parque de Lazer de Freamunde. Resposta do vereador da cultura: que durante o mês de Agosto iam ser colocados no Parque de Lazer de Paços de Ferreira sete divertimentos. A Câmara no que respeita a Paços não olha a meios para alegrar os olhos dos Pacenses.
Então cogitei com os meus botões. Para Freamunde só vem migalhas! Também queremos a broa. Por direito próprio. Ou não temos muita população juvenil? Ou será que se quer centralizar tudo em Paços de Ferreira. Freamunde quer a Câmara descentralizada. Já foram anos a mais de centralização.
Assim sendo dou um conselho à juventude de Freamunde.
Comecem a pensar nos jogos tradicionais como era no meu tempo de jovem. Tragam a Cagalhufa, o bata parede, a montanha, os jogos de futebol e outros divertimentos porque a Câmara Municipal só nos dá migalhas. Temos direito à broa.
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