Rádio Freamunde

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terça-feira, 14 de julho de 2020

Somos únicos:

O dia de ontem trouxe a Freamunde mais um evento difícil de comparar. Somos um povo com ideias vanguardistas. Fazemos um pouco de tudo para tornar as Sebastianas invulgares. Desde leilões e peditórios. Trezentos e sessenta e cinco dias a dar no duro. Em Freamunde celebram-se vários santos sendo que o seu ex-libris é o Mártir S. Sebastião. Mas o fazer tudo não nos leva a pensar em eventos que estão para lá da nossa realidade.
Isso pensávamos até ao dia de ontem. Com a não celebração das Sebastianas 2020, por motivos vários, a que a Comissão não é responsável, mesmo assim resolveu aventurar-se a alguns eventos desde o dia dez até ao dia treze, dia das Marchas Alegóricas.
Na sexta-feira houve bombos, o tradicional jantar das ex-Comissões e algum fogo de artifício.
 No sábado continuação de bombos e à noite novamente fogo de artifício.
No domingo a celebração da tradicional Missa de Festa em honra de S. Sebastião, à noite novamente fogo de artifício. Este fogo era votado esporadicamente. Não tinha mão de fogueteiro.
Na segunda-feira a Comissão de Festas pediu para se adquirir umas caixas de fogo e às vinte e duas horas e trinta minutos ao terceiro petardo lançado por eles a dar o sinal quem tivesse adquirido as caixas de fogo faziam-nas explodir.
Tudo isto foi de improviso. Nem a Comissão sabia qual ia ser o resultado assim como quem colaborou. Foi como disse: improviso. O que é certo é que do improviso nasceu um evento lindo e único. Os Freamundenses têm fama de inventores. O que eu nunca esperava era esta superação.
Não somos fogueteiros nem nunca existiu em Freamunde nenhuma fábrica de pirotecnia. Portanto longe de nós o saber preparar um foguete. Mas fazê-lo explodir não faltam pessoas com essas características.
Foi lindo ver ontem o céu de Freamunde tudo iluminado. Muitas e muitas frentes de fogo a fazer parecer Freamunde uma baía. Como escrevi foi lindo e único.
Os Freamundenses mesmo sem a celebração da sua melhor festa demonstraram o amor e carinho que sentem por ela.
São assim os Freamundenses.

É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É um cuidar que se ganha em se perder.

Luís de Camões

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