O dia de ontem trouxe a Freamunde
mais um evento difícil de comparar. Somos um povo com ideias vanguardistas.
Fazemos um pouco de tudo para tornar as Sebastianas invulgares. Desde leilões e
peditórios. Trezentos e sessenta e cinco dias a dar no duro. Em Freamunde
celebram-se vários santos sendo que o seu ex-libris é o Mártir S. Sebastião. Mas
o fazer tudo não nos leva a pensar em eventos que estão para lá da nossa
realidade.
Isso pensávamos até ao dia de
ontem. Com a não celebração das Sebastianas 2020, por motivos vários, a que a
Comissão não é responsável, mesmo assim resolveu aventurar-se a alguns
eventos desde o dia dez até ao dia treze, dia das Marchas Alegóricas.
Na sexta-feira houve bombos, o
tradicional jantar das ex-Comissões e algum fogo de artifício.
No sábado continuação de bombos e à noite
novamente fogo de artifício.
No domingo a celebração da
tradicional Missa de Festa em honra de S. Sebastião, à noite novamente fogo de
artifício. Este fogo era votado esporadicamente. Não tinha mão de fogueteiro.
Na segunda-feira a Comissão de
Festas pediu para se adquirir umas caixas de fogo e às vinte e duas horas e
trinta minutos ao terceiro petardo lançado por eles a dar o sinal quem tivesse
adquirido as caixas de fogo faziam-nas explodir.
Tudo isto foi de improviso. Nem a
Comissão sabia qual ia ser o resultado assim como quem colaborou. Foi como
disse: improviso. O que é certo é que do improviso nasceu um evento lindo e
único. Os Freamundenses têm fama de inventores. O que eu nunca esperava era
esta superação.
Não somos fogueteiros nem nunca
existiu em Freamunde nenhuma fábrica de pirotecnia. Portanto longe de nós o
saber preparar um foguete. Mas fazê-lo explodir não faltam pessoas com essas
características.
Foi lindo ver ontem o céu de
Freamunde tudo iluminado. Muitas e muitas frentes de fogo a fazer parecer Freamunde
uma baía. Como escrevi foi lindo e único.
Os Freamundenses mesmo sem a
celebração da sua melhor festa demonstraram o amor e carinho que sentem por
ela.
São assim os Freamundenses.
É um não querer mais que bem
querer;
É um andar solitário entre a
gente;
É nunca contentar-se de contente;
É um cuidar que se ganha em se
perder.
Luís de Camões
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