Rádio Freamunde

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terça-feira, 14 de julho de 2020

O meu artigo de opinião, no Observador, sobre a decisão de apoiar a TAP:

“(...) uma nota sobre a responsabilidade governativa. Muito se tem escrito e dito que, com esta decisão, o Governo se meteu em trabalhos: no futuro, dizem, será o responsável por conduzir o processo que levará a uma TAP com menos empregos, aviões e destinos.
Esta linha argumentativa é pouco menos que espantosa. Eu pergunto: o que era suposto um Governo fazer? Esconder-se? Procurar bodes expiatórios? Optar pela solução que menos problemas lhe traz, mesmo que fosse, no cômputo geral, pior para o País e para a economia? Ao contrário de quem não exerce responsabilidades executivas, o membro de um Governo não pode passar a vida a constatar, diagnosticar, adjetivar, cenarizar: há um momento em que é obrigado a deixar a zona de conforto da análise e em que é chamado a decidir, em que é necessário optar entre um leque mais ou menos amplo de soluções imperfeitas.
Este caso da TAP é certamente um daqueles em que não havia opções boas, e em que a escolha responsável teria de recair sobre a opção que, na avaliação global de quem teve de tomar a decisão, pareceu a menos negativa para todos: empresa, trabalhadores, economia nacional e contribuintes.“

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