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quinta-feira, 16 de julho de 2020

Ser bronco e mentir ajuda ao regular funcionamento das instituições:

- Curiosamente, se as pessoas estiverem muito juntinhas em comboios, há estudos que provam que nos comboios o vírus não se pega.

[...]

- Isto é ridículo, ridículo! Por mais estudos que hajam, é uma coisa completamente absurda, não é possível acreditar que comboios apinhados com pessoas que podem estar infectadas não causem nenhum género de infecção. E ver o primeiro-ministro e o Presidente da República a repetir isto, eu acho espantoso.

Caluniador profissional & presidente da comissão das comemorações do Dia de Portugal, de Camões, das Comunidades Portuguesas e do João Miguel Tavares (mas não necessariamente por esta ordem) – minuto 23:11

Há estudos que provem não sei quê do vírus nos comboios? Não. António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa foram apanhados em público a dizer que comboios apinhados com pessoas que podem estar infectadas não causam nenhum género de infecção? Não. Disseram eles algo de remotamente parecido? Não. Ao que se referiram foi ao mesmo que Graça Franco aqui explica com clareza comunicativa e rigor científico: DGS diz que estudo em comboios de Lisboa é apenas um indício

Só há duas causas possíveis para as afirmações deste caluniador profissional: ou é analfabruto ou mente a troco de dinheiro. No caso, a mentira tinha começado com outro patrão que também lhe paga para/por ele mentir, quando a 4 de Julho acusou a ministra da Saúde de “irresponsabilidade política e desonestidade científica” com base em declarações que ela não fez. Seis dias depois, faz acusação igual ao primeiro-ministro e ao Presidente da República com base em declarações que eles não fizeram. Indo buscar a navalha de Ockham, temos de excluir o analfabrutismo. O caluniador profissional, mais uma vez, trata da vidinha: mente de acordo com a marca pela qual lhe pagam.

À sua volta, um jornalista premiado, o humorista mais bem pago do País e o assessor para a Cultura do Presidente da República aceitaram, validaram e reforçaram as mentiras do caluniador profissional. E não os devemos censurar. É que quem assim mentia acerca da ciência, de estudos e de representantes políticos foi no ano passado considerado pelo regime como um dos portugueses mais importantes da nossa sociedade. Pelo que a conclusão impõe-se com uma taxa de infecção mil milhões de vezes superior à do coronavírus: o problema não está no João Miguel Tavares, está nesta sociedade onde uma abécula faz carreira a mentir e a caluniar e ainda é eleita como exemplo pátrio pelo garante do regular funcionamento das instituições.

 POR VALUPI

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