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sábado, 27 de dezembro de 2025

𝐎 𝐏𝐄𝐒𝐎 𝐂𝐔𝐋𝐓𝐔𝐑𝐀𝐋 𝐃𝐄 𝐒𝐄 𝐄𝐒𝐓𝐀𝐑 “𝐄𝐌 𝐂𝐈𝐌𝐀” 𝐎𝐔 “𝐄𝐌 𝐁𝐀𝐈𝐗𝐎”:

«Nunca fui da escola da “identidade dos portugueses” que teve um papel relevante no Estado Novo e que, de vez em quando, emerge com a ascensão do nacionalismo, como se passa nos dias de hoje com formas bastante perversas. Uma delas foi o exemplo nacional que o primeiro-ministro resolveu dar aos portugueses com um jogador de futebol, o Ronaldo, que é hoje um pajem de um assassino saudita. (…)
Mas nasci em Portugal, sou português, patriota no sentido em que me honram a língua, a literatura e, quer queira quer não, fui feito pela nossa história. (…) Dá-me pena e preocupação que tudo o que nós temos de melhor, e nalguns casos de muito melhor, como é a nossa ímpar literatura e o seu instrumento, a nossa língua, estejam numa profunda crise. (…) É por isso que é um insulto aos portugueses atirar-nos como modelo motivacional da psicologia barata o Ronaldo. Estamos ao nível do Big Brother. (…)
Uma das razões pelas quais quando se olha para Portugal com a obsessão identitária se comete um erro que não é inocente é esquecermos um dos traços mais presentes no nosso povo, de cima a baixo, dos pobres e dos ricos, é a prevalência de comportamentos conformes ao lugar social de cada um. (…) Numa sociedade profundamente desigual no plano económico, cultural e social os comportamentos fixam-se no lugar onde se está e onde se deve estar.
Há muitos exemplos de como essa hierarquia se “respira” como o ar. Por exemplo, a GNR, que fazia durante a ditadura as prisões nos campos, sabia que lhes podia começar a bater mal entravam na carrinha, enquanto a PIDE torturava, mas não deixava de saber de que família vinha o preso e proceder em consequência. (…)
Responder à bruta à ignorância agressiva dominante é a melhor maneira de ser patriota. Ah! E outra coisa: lutar para que os portugueses ganhem mais, saiam da pobreza, tenham mais opções na sua vida, tenham uma boa e justa vida, o grande objectivo da democracia, a felicidade.»
𝐉𝐎𝐒É 𝐏𝐀𝐂𝐇𝐄𝐂𝐎 𝐏𝐄𝐑𝐄𝐈𝐑𝐀:

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