É evidente que, depois de ter usado a folga orçamental e esgotado as benesses possíveis, o resultado eleitoral seria favorável ao PM que corrigiu algumas injustiças e esteve um ano em campanha graças à herança que recebeu. O resto é uma sucessão de mentiras e de ilusões semeadas por hábeis ilusionistas e mitómanos sem vergonha.
O País ignora a baixeza ética de Montenegro, a sua recusa de justificar as avenças e o impudor de endossar aos filhos as pingues rendas que continuam a chegar-lhe assim.
Quanto às mentiras, tantas e tão grandes, é difícil desmascará-las no clima de anestesia generalizada da campanha eleitoral. Nem o facto de reincidir que a Saúde está melhor é apontado como traço da personalidade de um mitómano sem pudor.
É surpreendente que os jovens possam ter ficado agradados por verem os filhos de pais ricos a comprar casas em seu nome e a beneficiarem dos apoios de que apenas a escassa minoria beneficia ou a redução de IRS que que têm elevados rendimentos.
O PM que fez a anterior campanha a dizer que não se resignava com o crescimento do PIB nacional, então superior à média europeia, queria 4%, continua sem ser confrontado com o crescimento anémico ainda antes dos perigos que espreitam e de esgotado o PRR.
Pelos vistos, basta um mergulho no mar, mandar a sócia da SPINUMVIVA a Fátima e ir dar-lhe um beijo entre peregrinos que servem de coreografia às televisões que convoca.
O resto será ocultado por um PGR amigo que já lhe prestou o serviço de uma insólita e oportuna investigação preventiva ao principal adversário e pela cumplicidade de um PR a quem deve o cargo enquanto já ameaça a liberdade de imprensa e os direitos sindicais.
É a vida, como dizia um saudoso engenheiro, ora tolhido com uma guerra que ambos os contendores desejam continuar e outra onde o genocídio de um povo prossegue perante a moral dúplice dos principais governantes europeus.
Só me ocorre o desabafo do general Cambronne no rescaldo da Batalha de Waterloo!
Carlos Esperança


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