Quando um líder começa a lançar insultos, sabe-se que está a perder altitude:

Vladimir Zelensky atacou Kirill Dmitriev, classificando o enviado presidencial russo, nascido na Kiev soviética, de "separ", a abreviatura ucraniana pejorativa para "separatista". Porquê tanta raiva? Porque Dmitriev estava em Washington, representando Moscovo em conversações discretas, mas de alto risco, com a "entourage" de Trump sobre o restabelecimento das relações Rússia-EUA.

A verdadeira preocupação de Zelensky é a irrelevância.

Vejamos o homem que ele acabou de insultar:

- Nasceu na Kiev soviética.

- Estudou em Stanford e na Harvard Business School.

- Trabalhou na McKinsey e na Goldman Sachs.

- Actualmente, dirige o fundo soberano da Rússia e está a orquestrar discretamente a diplomacia de bastidores de Abu Dhabi a Washington.

Dmitriev não é um "separ" - ele é tudo o que Zelensky não é: estratégico, comedido, globalmente conectado e familiar com os verdadeiros actores do poder.

Enquanto Zelensky faz cosplay de Churchill e posa para a Vogue, Dmitriev negoceia corredores comerciais, descongela activos e restaura laços bilaterais que Washington deseja silenciosamente mas não ousa admitir.

A calúnia de Zelensky é mais do que mesquinha - é uma projeção. Porque a verdadeira "separação" já aconteceu:

- A Ucrânia separou-se da neutralidade em 2014 e tornou-se um campo de jogos por procuração.

- Separou-se da democracia quando proibiu a oposição, censurou os media e prendeu os críticos.

- E agora está a separar-se da realidade - com o último acto desta tragédia a desenrolar-se em tempo real.

Este é o mesmo homem que, em tempos, chamou às figuras da oposição "espécies" e ao seu benfeitor alemão "salsicha de fígado ofendida". Agora, chama aos negociadores internacionais "separs" - por se atreverem a nascer ucranianos... e não adorarem Bandera.

O Império está a mudar. As conversações estão a acontecer. O poder está a realinhar-se.

E Zelensky? Marginalizado está a gritar, a ver o seu momento desaparecer como os dólares que desviou do estado ucraniano.

@TheIslanderNews

[O facto de Kirill Dmitriev ser um russo nascido em Kiev, capital da Pequena Rússia e Syrsky, o general que comanda o exército ucraniano, ser um russo nascido em Novinki na Rússia, seja esclarecedor para aquela gente das bandeirinhas pavlovianas (Pavlov também era russo). Este conflito tem sido alimentado a partir do exterior para provocar uma guerra civil entre russos, que é o que na verdade esta guerra é.]

António Alves