Que por volta das dezanove
horas me despedi da minha mãe e meus irmãos com a finalidade de ir para a
Estação de Caminhos de Ferro, de Campanhã, acompanhado pelo meu pai, António “Vasco”,
seu pai, na viatura de aluguer (Carro de Praça).
Tanto na despedida dos meus
familiares e na despedida de Freamunde deu-me para matutar se não seria aquela
a última vez que os via. Sim! Quem partia – dezassete de Abril – para a
guerrilha ultramarina, no meu caso Angola, não sabia qual ia ser o seu futuro.
Se ia regressar “vivinho da silva ou dentro de um caixote de madeira”.
Certo, certo é que se
chegou a Campanhã e era o mar de gente. Uns que partiam outros para se
despedirem. Chegado o anúncio pela aparelhagem sonora da Estação para darmos
entrada no Comboio só me restava despedir do meu tio e dar um abraço de
despedida ao meu pai. Nesse momento brotei uma lágrima e senti umas quantas na
face de meu pai.
Hoje passados estes anos
dá-me revolta de ver pessoas a clamar por esse tempo. Certamente não sabem o
sacrifício e sofrimento porque passávamos.
De hoje a onze dias comemora-se o Vinte de Abril e eu bem digo esta data. Tenho irmãos do sexo masculino, o a seguir a mim, faz diferença de treze anos. Pensava se não ia ver os meus irmãos e meus pais mais uma vez com lágrimas nos olhos.
Manuel Pacheco
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