Anda pela Europa um mafioso
chamado Pompeo, ex-chefe da CIA e atual ministro dos negócios estrangeiros de
Trump, a fazer chantagem com a tecnologia 5 G desenvolvida pela empresa chinesa
Huawei, para defender os interesses das companhias privadas Apple e Google. O
Pompeo declarou, como chefe da CIA, que a sua organização assassinava,
chantageava, espiava, torturava, vigarizava. Todos sabemos, os equivalentes dos
serviços similares aos da CIA na China, na Rússia, na Inglaterra, em França, em
Israel fazem exatamente o mesmo, dedicam-se ao mesmo negócio e respeitam os
mesmos princípios.
O Pompeo gere uma empresa com os
mesmos métodos dos fabricantes do 5 G da Huawei. Não há distinções éticas nem
morais.
Em claro, a pena de morte dos EUA
é melhor do que a dos chineses? O
racismo americano é melhor do que o dos chineses? O muro do Trump é mais amigo
que a muralha da China? O Trump que declara ainda não saber se aceita os
resultados das eleições é mais democrata que o Xi Jinping no poder? As armas
nucleares americanas são mais saudáveis que as chinesas? Os polícias chineses
apertam o pescoço dos prisioneiros com mais força que os polícias americanos? O
sistema de saúde americano garante melhor resposta a graves situações de
pandemia que o chinês? Os chineses
invadiram mais países que os americanos? As prisões americanas são melhores que
as chinesas? Os milionários americanos ganharam as suas fortunas com mãos mais
limpas que os milionários chineses?
Se não há diferenças essenciais
na ética do poder- e basta perguntar a uma minoria americana se consideram os
seus direitos idênticos aos do grupo no poder, ou ler as estatísticas de presos
por grupos étnicos, porque terei, ou teremos os europeus que comprar um produto
pior, menos desenvolvido e com menores
possibilidades de desenvolvimento (os chineses está a desenvolver já o 6 G),
mais caro e com maiores restrições
técnicas e políticas?
E porque terei de me enfeudar,
enquanto europeu a quem está em decadência e só se lembra de nós nas aflições?
A questão é política. Porque terá
a Europa que ficar amarrada a uma potência em decadência, que luta para manter
a hegemonia e não manter em aberto as opções?
Carlos Matos Gomes
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