Começa hoje o Festival de BD da Amadora. O CR presta aqui a sua
homenagem.
Era
uma vez um país, chamado Tugalândia, no extremo mais ocidental
da Europa, habitado por cigarras e formigas. Viveram felizes durante muitos
anos, porque as cigarras eram inconscientes e gastavam à tripa forra e as
formigas, diligentes, embora olhassem para as cigarras com desconfiança,
continuavam a armazenar os alimentos e nunca se preocuparam em avisá-las de que
a sua vida faustosa um dia teria de acabar, porque os celeiros onde se
abasteciam, um dia se haveriam de esgotar.
Quando
um celeiro dirigido pela cigarra Costa deixou de fornecer
alimentos, o governo desse país há 30 anos formado por baratas tontas,
ratazanas e alguns parasitas, teve pena das cigarras. Obrigou as formigas a
trabalhar ainda mais, mas não pediu às cigarras que fossem mais contidas. As
coisas começaram então a correr mal. As formigas começaram a protestar e as
cigarras juntaram-se ao coro, acusando o governo de ser incompetente e lhes
querer tirar os alimentos diligentemente arrecadados pelas formigas.
Foi então que apareceu um coelho, branquinho e bem parecido, que
disse ter acabado de chegar do País
das Maravilhas, cujos habitantes eram muito felizes, porque uma menina
chamada Alice tinha descoberto a poção mágica da
Felicidade, de que ele conseguira arranjar a receita, durante uma noite de
galanteios. Cigarras e formigas dançaram então em conjunto e decidiram que era
altura de acabar definitivamente com os governos das baratas tontas, ratazanas
e parasitas e confiá-lo ao simpático coelho.
Antes, porém, perguntaram ao coelho qual era a receita que ele
tinha para as tornar eternamente felizes. O láparo tirou a cartola, respirou
fundo e contou uma história de encantar que ouvira da boca de um tal Gulliver, numa Casa de Chocolate gerida pela Bruxa Má.
Algumas cigarras e formigas duvidaram da receita- viram logo que
aquilo era prosápia de coelho bem falante- mas, reunidas em plenário, decidiram
aceitar a proposta.
O coelho começou por avisar que para cumprir a tarefa tinha de
chamar mais coelhos para o ajudar. Cigarras e formigas concordaram. O coelho
chamou o Bicho Papão que estava a cuidar do jardim e
ordenou-lhe que reunisse de imediato os coelhos amigos que andavam a servir de
seus mensageiros, espalhando notícias falsas por toda a Tugalândia.
Pouco tempo depois de ter sido investido no poder, com pompa e
circunstância, o coelho começou a pensar como é que havia de justificar as
patranhas que pregara a cigarras e formigas.
Chamou as formigas à parte e mandou-as construir vários buracos,
mas ordenou-lhes que nada dissessem às cigarras. Cumprida a tarefa, pelas
diligentes formigas, o coelho chamou as cigarras e acusou as formigas de terem
andado a escavar buracos, sem a sua autorização. Disse-lhes que tinha muita
pena, mas a única maneira de tapar os buracos era fechar os celeiros do país,
gamar-lhes o 13º mês, o subsídio de férias, aumentar os transportes, os
impostos, os bens alimentares, cortar nos benefícios sociais, subir o IVA, o
gás e a electricidade. Avisou-as desde logo que desconfiava que havia ainda
mais buracos, pelo que o pior ainda estava para vir.
Quando perceberam que tinham sido enganadas e que afinal quem as
estava a governar era a trupe de Ali
Babá e os 40 Ladrões,disfarçados de coelhos, cigarras e formigas começaram
a protestar, mas nada havia a fazer, porque tinham assinado um pacto com o coelho
bem falante, que lhe dá direito a governar Tugalândia durante quatro anos. Enquanto Ali Babá e os 40 Ladrões esvaziam os celeiros e escravizam
cigarras e formigas, um grupo de papa
-formigas, reuniu-se na capital do país e decidiu enviar uma embaixada a Patópolis para falar com Patacôncio. O objectivo é
pedir-lhe que convença os Irmãos Metralha a assaltarem o cofre da Maga Patalogika, que vive na Além-Mama,
onde explora todos os povos da Eurolândia.
De acordo com notícias veiculadas por Tintin, enviado especial do CR
a Patópolis, os Irmãos Metralha impõem uma condição: João Bafo de Onça deverá fazer parte da missão e o Tio Patinhas ser convidado para governar a Bruxalândia, capital da Eurolândia. Esta decisão causou
estranheza à embaixada, mas um dos Irmãos
Metralha ( o 176-671) terá
confidenciado que estavam fartos de aturar o Coronel
Cintra e o seu sonho sempre
fora viajar para a Eurolândia. " Mas nossa ida para lá não tem piada
alguma, se não pudermos continuar a assaltar o Tio Patinhas"- rematou o 176-671.
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