Rádio Freamunde

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sexta-feira, 30 de julho de 2010

Capitulo IV


No dia quinze de Agosto, deslocamo-nos a Figueiró, uma freguesia do concelho de Paços de Ferreira para assistirmos ao concerto das bandas musicais de Freamunde e a de Revelhe de Fafe, na festa da Senhora de Todo o Mundo, com o intuito de a contratarmos uma vez que a outra é sempre a de Freamunde. Não nos deram a certeza, uma vez que nesse dia em Fafe, também celebram uma festa e quase sempre são convidados. Por esse motivo não se podiam comprometer, davam-nos uma resposta mais tarde. Não podíamos esperar tanto tempo e nestes negócios tempo é dinheiro.


















Continuávamos-nos a reunir todas as semanas para expormos certos problemas e caso surgisse dar continuidade a qualquer evento que aparecesse. Planeou-se os grupos para o peditório que percorria a vila. Houve grupos com dois elementos, outros com três, era o caso do meu, que derivado às minhas funções, tinha fins-de-semana em que estava de serviço e estes peditórios regra geral eram feitos aos domingos e pelo menos por dois elementos.
Nestes peditórios tivemos chefes de família (casas) que nos podiam dar mais, outros a quem dissemos que era muito da parte deles, o que nos respondiam que não era nada comparado com o nosso trabalho. A média por família era de quinhentos escudos, mas muitos nem isso davam, não falando nos que não nos abriam a porta e outros que passássemos na proximidade das festas, dando-nos a entender, que não era naquele momento ou outro qualquer. Estávamos preparados para estas recepções. Não eram estas contradições que nos faziam desistir. Para fazer uma comparação, hoje, cada casa dá sessenta euros, fazem-se quatro peditórios a quinze euros cada.
Pela passagem de Ano, de parceria com uma pequena discoteca que há muito encerrou, disponibilizamo-nos a fazer um evento com os lucros a meias. Pelo Carnaval, um desfile de (Corsos), além de dois torneios de futebol de salão, um de inverno, no pavilhão gimnodesportivo da escola C + S de Freamunde, o outro na escola primária de Santa Cruz, ao ar livre, o que nos deu bastantes chatices e pouco rendimento. Tudo o que pudesse vir era bem-vindo. É como se costuma dizer: grão a grão enche a galinha o papo.
Andamos pelos principais lugares da vila a falar com pessoas, do sexo feminino, para a realização de cortejos de oferendas. Dava muito trabalho. Mas todos tínhamos a consciência que sem eles não alcançávamos a meta a que nos tínhamos proposto.
Numa reunião semanal, o presidente deu-nos conhecimento que foi abordado por um empresário de espectáculos, para contratarmos os Xutos & Pontapés, para um concerto rock no dia de Páscoa, como vinha sendo habitual - menos oneroso - com outras comissões. Sabíamos que o investimento era grande. Éramos todos amadores para um tipo de concerto como era o dos Xutos para mais nesse ano eles andavam na mó de cima, com “a minha alegre casinha”. Pus bastantes reservas. Fomos a votos, ganhou os que optaram pelos Xutos & Pontapés. A partir daí era meter mãos à obra. Falou-se com a direcção do Sport Clube de Freamunde para a cedência das suas instalações desportivas para ali ser realizado o concerto. Nos anos anteriores com espectáculos de menores dimensões estes eram realizados no recinto da Praça e esta era fácil de vedar.
Nesse ano estava em voga as rádios locais, em todo o lado havia uma e Freamunde não fugia a essa regra - hoje não existe - os encargos eram grandes, faltavam patrocinadores e talentos. Propusemo-nos a percorrer todas as que existiam pelas redondezas a fazer publicidade para que o concerto fosse um êxito. Êxito para os Xutos. Para nós o seu êxito vinha-nos ajudar ao orçamento e ajudas daí inerentes.
Continua

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