Em Portugal, o termo frouxo não era insulto calhorda, fosse na rua ou no Parlamento, que alguém se lembrasse de usar. A sua semântica é principalmente funcional, frouxo é apenas o que não está apertado ou é mole, sem mais apelo metafórico. Para comunicar fraqueza, preferimos dizer que algo é, ou está, ou se sente fraco. Mas no Brasil o termo frouxo tem outras conotações arreigadas na cultura popular, onde se usa para insultar alguém sugerindo que é cobarde ou não consegue ter erecções (só vale para homens, e daqueles com pilinha, portanto). Tal mudou graças a Ventura. Há vários anos, repetidamente, começou a lançar o frouxo contra os líderes do PS. Não podendo usar “filho da puta”, “cabrão”, “paneleiro”, “maricas” e “impotente”, o que lhe traria problemas inúteis, o “frouxo” funciona perfeitamente como código taberneiro que todos decifram — especialmente os “portugueses de bem”, doutorados em hermenêutica de urinol.
Esta atenção obsessiva ao estado dos pénis de outros deputados poderá parecer estranha ao ocasional espectador da virilidade histriónica do Ventura. Mas não devia. É que faz todo o sentido. Todinho.
20 Julho 2025 às 8:50 por Valupi
Do blogue Aspirina B
Sem comentários:
Enviar um comentário