O apogeu atinge-se na noite de
Domingo para Segunda-feira. Nessa noite o concerto das bandas filarmónicas é um
espectáculo digno de se ver - não por ser natural de Freamunde que faço este
reparo - é pelo facto de sermos uma terra hospitaleira e aqui dedico uns
versos, do Rodela, à loja do Venturinha, que condiz com o ser dos
freamundenses:
A loja do Venturinha / tem de
tudo quanto há / desde a piada fresquinha / ao pacotinho de chã. Nem o livro
dos fiados / naquela loja acabou, / os tempos foram mudados / mas lá sempre se
fiou. Quem lá comprar ou vender / se não leva, vai trazer / sempre mais
sabedoria. Os clientes que lá vão, / vão por alguma razão / não é só porque se
fia.
É o que acontece com os
forasteiros. Aliás, nesses dias parecem ser freamundenses, gozam e foliam como
deles se tratassem. Cerca da uma hora da manhã dá-se o encerramento do concerto
musical protagonizado pelas bandas, sem, no entanto, a de Freamunde, tocar a
Gandarela e cantada por todos os freamundenses que sabem a sua letra de cor.
Gandarela, Gandarela / Vais mostrar a quem te vir / Que a tua marcha singela, / Sendo simples, é a mais bela / Que na festa há-de sair!... / O teu povo sofre e chora, / Passas a vida a trabalhar / Mas quando é chegada a hora / Mandas a tristeza embora / E vens p' ra rua cantar.
Estribilho
Eis a Gandarela / Olhai p'ra ela / Se quereis aprender / Como num momento, / O sofrimento / Se muda em prazer!... / Lá vai jovial / Não tem rival / P'ra cá da Serra da Agrela! / Ninguém a confunde / E até Freamunde / Não era nada sem ela!... / Gandarela, Gandarela! / De ti muito mal se diz, / Mas a verdade revela / Que mais vale uma chinela / Que um sapato de verniz!.. / Deixa lá falar quem fala / Que a inveja é o que os faz falar! / Não é isso que te rala, / Pois a ti ninguém te cala / Se tens que desabafar...
É como refiro em cima. É digno de se ver.
Continua
Continua
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