Rádio Freamunde

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quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Qual é, então, o milagre que vai transformar uma terra miserável numa terra opulenta?



O milagre que transforma uma terra miserável numa terra opulenta reside: todos os seus habitantes darem contributos positivos para o seu bom funcionamento. Quer em aspectos do parque habitacional, limpeza, asseio, trabalho, educação, terceira idade, acessibilidades, cultura, desporto e outras mais. Para isso tem de se ter pessoas capazes para dar andamento a estas tarefas.
Parque habitacional: estamos melhor que há vários anos atrás. Pode ser discutido o modelo de habitação mas todos estamos em crer que derivado à inflação dos terrenos teve-se que optar pelas habitações horizontais. Temos água canalizada, saneamento e dentro em breve gás natural. Bom seria que cada habitação fosse independente mas os tempos não estão para isso.
Limpeza: todos estamos recordados de quando era efectuada pelos serviços  da Câmara Municipal. Se uma feira fosse realizada ao sábado sabemos que só era limpa na próxima segunda-feira. Hoje vê-se como Freamunde está limpo e não é só no centro. Há tempos tive uns amigos Madeirense de visita a minha casa e uma das muitas coisas referidas foi a limpeza e olhem que em limpeza a Madeira dá cartas a qualquer cidade do Continente.
Asseio: acho que está asseada, agora se não somos uma terra bonita, - acho-a bonita - o que lhe podemos fazer. Temos a fisionomia que temos. Acabou-se com a Praça do mercado com o intuito de melhorar o centro. Não se foi capaz e destruíram-se as lojinhas com a intenção do seu melhoramento. Não sou a favor pelo motivo do que ali se gastou.
Entendo que já nessa altura o País sofria de problemas financeiros e os anos que mediou essa obra foram poucos e não dá para deitar dinheiro fora. Se fosse um particular pensava duas vezes. Não foi só o gasto que a obra teve, também as indemnizações que se tiveram de dar.
Há quem seja apologista que não se devia deitar a Praça abaixo. Não concordo. Por muitas e boas obras que ali se realizassem era um lugar em que a maioria das vezes estava abandonado. Só nos dias de feira e ao domingo é que servia de mercado. Todos sabíamos o que por ali era deixado. Se ainda existisse era um antro de drogados e julgo de prostituição. Da maneira que vão os tempos não me admirava nada.
Trabalho: embora muitas empresas tivessem fechado derivado à crise houve o cuidado de proporcionar às empresas já cá sediadas, caso Ibermetais, outras de fora de Freamunde de construir cá mediante contrapartidas. Se isto não é olhar para o futuro não sei o que será.
Educação: a maioria dos da minha idade ainda tem presente como era praticada e seus aposentos. Todos sabíamos que nessa altura era na Rua do Comércio que se ministrava o ensino. E hoje. São as escolas da Rua do Comércio, do Outeiro, Santa Cruz, o Ciclo Preparatório. Para o próximo ano lectivo temos o Centro Escolar, onde engloba também o pré-primário. O Liceu que está a ser construído em Outeiro. Se isto não é olhar pelos jovens não sei o que é. 

Novo Centro Escolar
Terceira idade: há o lar André Carvalho e o do largo de S. António, este engloba o Salão Paroquial, com autonomia administrativa da Igreja e onde diariamente se deslocam vários idosos, os mais carenciados, em transporte do mesmo lar.
Acessibilidades: é ver as vias de comunicação que foram criadas. Não dá para inumerá-las. Mas que foram uma mais-valia, lá isso foram, não falando na sua conservação.
Cultura: Não deve de haver em Portugal, terra alguma, com o número de habitantes que Freamunde tem, não sendo sede de concelho,  tão dedicada à cultura.
Associação Musical de Freamunde: deve de ser a instituição mais antiga em actividade e com um fulgor que faz inveja às mais novas. Tem corrido o País de lés a lés e estrangeiro com as suas exibições e é uma das melhores se não a melhor do País em bandas à paisana como se usa dizer.
Escola de Música Infantil: onde muitos jovens aprendem a dar os primeiros toques e dali transitam para a Banda de Música. 
Bombeiros Voluntários de Freamunde: sempre solícitos para qualquer eventualidade, não fosse esse o verdadeiro ser da sua existência quer a apagar incêndios quer a prestar socorro à vária sinistralidade.
Associação dos Socorros Mútuos Freamundenses: que tinha por finalidade prestar assistência médica e medicamentosa aos seus associados e população em geral, fazia o que o Serviço Nacional de Saúde faz com a população portuguesa, tirando o internamento hospitalar. O edifício funciona como casa de espectáculo e é ali que se exibem os grupos de teatro. 
Clube Caça e Pesca: têm por missão a conservação do rio no Parque da Cidade: (Parque de Lazer). A pesca que ali se pratica tem por finalidade o passatempo. Não é  permitido  levar para casa o peixe pescado este tem de ser devolvido ao rio assim mandam os regulamentos ali fixados. Mesmo assim não faltam ali pescadores.
Columbofilia: com os seus concursos nacionais e internacionais em que todos os domingos faz os seus apaniguados estarem de cabeça levantada para o céu e um certo nervosismo com a sua chegada. 
Rancho Folclórico: que nos brinda todos os anos com um espectáculo antes oito dias das festas Sebastianas e tem representado a nossa cidade nos convites que tem recebido.
Ensemble Vocal de Freamunde: com as suas idas ao estrangeiro e alguns espectáculos em Freamunde e certas localidades do País.
Grupo Teatral Freamundense: que nos deliciou e tem deliciado com peças que ganharam primeiros prémios a nível nacional e para nós – Freamundenses – com a célebre opereta “Gandarela”.
Associação Cultural e Recreativa Pedaços de Nós: que a nível da cultura é a rainha de Freamunde com os grupos:
Castanholas de Freamunde: que têm actuado por todo o País sendo do agrado de quem assiste às suas actuações.
Big Band: com as suas actuações que nos enche de alegria tanto na parte musical como na cantoria.
Grupo de Percussão: que com umas latas de tinta recicladas as puseram a fazer o efeito de tambores e bombos e que tem actuado cá no burgo e em localidades em que são convidados. 
Todos estes grupos actuam pelo prazer da música, os seus concertos são gratuitos, quando convidados por associações de beneficência. Tudo isto acarreta trabalho e bastante tempo perdido mas é a forma dos seus elementos o passarem com aquilo que mais gostam que é a música
Grupo Teatral da Associação Pedaços de Nós: que neste momento exibe a peça Camiliana, Amor de Perdição. Fui assistir e nesse dia a sala nem meia estava de público. Sei que o dia estava de chuva e bastante frio mas se estava para nós também estava para os actores. É triste. Depois do trabalho que tem, ensaios, espectáculos, dá pena ver tão pouco público. Os preços são baratos sabemos que esse dinheiro não é para os actores, é para investimento do próprio teatro. Aconselho uma ida. Vale a pena.
Deixei para último as duas agremiações mais representativas de Freamunde que são o Sport Clube de Freamunde e as Festas Sebastianas. 
Festas Sebastianas: que são celebradas no segundo fim-de-semana de Julho.São o ex-líbris de Freamunde e quando acabam estamos à espera das próximas. Além destas temos as feiras-festa de S. António, Santa Luzia e a festa da Senhora da Conceição. 
Sport Clube de Freamunde: é a agremiação mais representativa e a que leva mais longe o nome de Freamunde. Tem várias equipas de futebol desde senioresjuniores, juvenis A e B, iniciados A e B e infantis A e B e escolinhas, com uma participação de centenas de miúdos.
Para estas colectividades tem o complexo desportivo em que comporta um relvado para os seniores outro para os juniores e juvenis e relvado sintético para as outras categorias. Actualmente temos três equipas em prova nos nacionais que são: os seniores a disputar a Liga Orangina, os juniores  e os Juvenis, o Campeonato Nacional de cada categoria.
Qual a terra que não sendo concelho que vive da carolice do seu povo se pode dar ao luxo de ter assim um património. Freamunde pode ser pobre, que o é, mas é rica na sua cultura.
Vivam os seus directores e associados por muitos anos para não deixarem morrer tão ricas agremiações.
Se isto é ser uma terra miserável não sei o que é uma terra opulenta. Quem dera às várias existentes um património assim. Qualquer presidente de Junta de Freguesia sentia-se orgulhoso por presidir a tão rica terra. Sejamos nós dignos dela. Pelo que vejo Freamunde merecia melhor. Contra mim falo.
Fim

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