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sexta-feira, 29 de outubro de 2010

O meu tempo de escola:


Entrei para a instrução primária em Outubro de mil novecentos e cinquenta e seis. A minha escola foram as Amarelas, como eram conhecidas.


               Escolas Amarelas, dos meninos


Era a escola dos meninos, nessa altura havia a separação do sexo masculino do feminino. Não podiam frequentar o mesmo edifício, caso o edifício fosse só um, era separado por um muro, como se fosse o Muro de Berlim.

Escola das meninas


Por via disso havia um constrangimento entre os dois sexos. Não havia o à vontade como se vê hoje entre um rapaz e uma rapariga.

Escola da D. Rita, dos meninos



Havia outra a quem chamávamos a Escola da Dona Rita. Esta escola também era dos meninos, não sei que tipo de turmas eram, só sei que havia uns meninos que eram do mesmo ano em que nasci e só soube quando fomos à (Sortes) inspecção militar. Por isso julgo que a professora D. Rita dava aulas a várias turmas ao mesmo tempo, porque do meu ano que me lembre, não faziam parte da minha turma: João Nogueira, (Niceto) Luís, (Pilar) e Carlos Pinto, já falecido.
Eram estas as únicas Escolas que existiam em Freamunde. O número de alunos era grande porque nessa altura cada casal tinha muitos filhos e com pouco intervalo (idade) entre eles, de minha casa chegamos a juntarmo-nos três e nenhum foi repetente.

Escola de S. Cruz, meninas e meninos


Mais tarde, já tinha acabado a instrução primária, única que frequentei, não se tinha facilidade como hoje em seguir os estudos, foram inauguradas a Escola de S. Cruz, julgo no ano de mil novecentos e sessenta e dois ou três. Estas escolas eram frequentadas por meninos e meninas e derivado à sua tipologia teve-se que dividir com o tal muro que referi em cima. Não se podia juntar meninos e meninas e ai daquele ou daquela que invadisse terrenos alheios. Era logo castigado.
Tempos que nos deixam algumas recordações mas eram tempos difíceis. Só tínhamos aula num período, manhã ou tarde, mas mesmo assim éramos inteligentes, tínhamos bastantes disciplinas e se fossemos a comparar com hoje só tínhamos meio ano lectivo.

Escola do Outeiro, mista


Mais tarde, julgo que depois do vinte e cinco de Abril, foi inaugurada a Escola do Outeiro. Aqui julgo, já com infantário e poderem frequentar a mesma sala meninos e meninas.
Vem tudo isto a propósito que o meu neto ao ver os croquis do novo Centro Escolar de Freamunde que tudo aponta para a sua inauguração para o ano que vem me ter dito: -avô não quero mudar de escola, as novas não tem um ringue como as de S. Cruz e nós nos intervalos não podemos brincar. Disse-lhe. - Não te preocupes que o novo Centro Escolar tem tudo e mais alguma coisa. Sei que eles falam e não sabem reconhecer – ainda são crianças – as condições que agora usufruem. Mas ainda bem.






Obra concluída
Os alunos da década de sessenta e outras anteriores neste Centro Escolar é que demonstravam o seu real valor. O que gostava era que todos os alunos se sacrificassem nos estudos como o País se tem sacrificado para lhes dar as melhores condições de ensino.
Aqui também faço um pedido à Junta de Freguesia para ter em atenção o trânsito que por ali vai afluir. Porque não um estudo e pôr a rua do Comércio só com um sentido. Todos ganhavam: condutores, peões, autocarros públicos, comércio, havia mais lugares para estacionamento - ganhava-se uma faixa de rodagem. Já que estou com a mão na massa quando se olha para o trânsito junto à Caixa Geral de Depósitos?

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