“O som atravessa as pedras das paredes tal como os festejos atravessam gerações, algumas coisas mudam, as chulas já não reinam entre os grupos mais jovens, substituíram-na por ritmos quase brasileiros, mais redondos e mais urbanos. Os mais velhos, fiéis às chulas antigas passam por eles rindo e misturando tudo, numa poliritmía confusa e improvisada”.
“A tradição mantém-se uma feliz mistura entre os hábitos antigos e as tendências actuais, renovando-se, revisitando-se. Das ruas cobertas de bombos há ainda as vacas de fogo que consistem em fogueteiros cobertos de fogo-de-artifício, com uma máscara de vaca, que rebentam junto ao chão vários tipos de explosivos. Às pessoas que rodeiam as vacas, resta-lhes esconder-se, fugir e abrigarem-se dos projécteis que disparam em todas as direcções”.
“Já de manhã há o hábito de tomar banho numa grande fonte no meio da cidade e dessa fonte se retiram baldes de água que servem para arrefecer os ânimos mais efusivos que o álcool ampliou dias a fio”.
“Já de manhã há o hábito de tomar banho numa grande fonte no meio da cidade e dessa fonte se retiram baldes de água que servem para arrefecer os ânimos mais efusivos que o álcool ampliou dias a fio”.
Acabada a marcha era hora de dar início a outra garraiada. Na da tarde e derivado ao êxito, comprometemo-nos a realizar mais uma depois das marchas. A afluência era tanta, o álcool ainda mais que a Força de Segurança não deixou a sua realização. Deu-se início ao fogo preso. Notávamos na cara dos forasteiros alegria, na dos freamundenses, um certo orgulho, por pertencerem a esta terra, nós festeiros, um sentimento de dever cumprido.
Na terça-feira fizemos a recepção aos novos festeiros com a oferta de um jantar e o aumento de um tostão, o que quer dizer que ofertamos trinta e nove. Findo este, foi lançado fogo-de-artifício.
Na terça-feira fizemos a recepção aos novos festeiros com a oferta de um jantar e o aumento de um tostão, o que quer dizer que ofertamos trinta e nove. Findo este, foi lançado fogo-de-artifício.
Este ano de dois mil e dez, domingo para segunda-feira, depois do concerto nocturno das bandas, há um concerto rock em que são intervenientes os Xutos & Pontapés. Faço este reparo pelo motivo de que quando fui festeiro, os Xutos darem um, só que nesse tempo era como fonte de receita e que bem necessitávamos, hoje é para distracção dos foliões e pelo motivo do meu filho fazer parte da comissão de festas.
Usamos o lema que as festas seguintes são sempre as melhores. Como disse somos bairristas mas damos os louros sempre aos próximos. Não há individualidades a destacar. É o todo que merece e para isso é que existe uma comissão de festas. Se fosse para individualizar dava-se o nome de Juiz da Festa como em muitas terras. Até nisto somos únicos.
As Festas são em honra de S. Sebastião, protector da fome, peste e guerra.
E não podia terminar sem relembrar um dos grandes animadores das Festas da Vila.
As Festas são em honra de S. Sebastião, protector da fome, peste e guerra.
E não podia terminar sem relembrar um dos grandes animadores das Festas da Vila.
Caro Sr. Pacheco,
ResponderEliminarGostei muito de ler o seu relato.
Parabéns.
Z8
Arlindo:
ResponderEliminarDesde já agradeço o seu comentário. Resolvi criar este blogue para escrever as minhas memórias. Espero que gostem.