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terça-feira, 26 de janeiro de 2021

Dois políticos com experiência política a mais:

Rui Rio apareceu a comentar os resultados das presidenciais igual a si próprio – inapto para a função, cúmplice da decadência da direita portuguesa. Começou com o enigmático critério de achar que existia alguém interessado em conhecer a sua opinião sobre o PS no rescaldo de umas eleições presidenciais onde esse partido apoiou (oficiosamente) os candidatos que ficaram em 1º e 2º lugar. E rapidamente passou para o papel de relações públicas de Ventura, manifestando o seu entusiasmo, admiração e indisfarçável alívio com o triunfo do coiso no Alentejo e em Setúbal sobre o candidato comunista. Alívio porque lhe permitiu sacar do seguinte insulto à nossa inteligência: com esta Votação fantástica num tachista armado em facho provava-se que aquilo dos Açores, em que um certo presidente do PSD tinha legitimado e promovido um partido abjecto, não tinha passado de uma inevitabilidade sem importância nenhuma e sem possibilidade de ter sido evitada pois até os comunistas se tinham deixado hipnotizar pelo porcalhão. Foi o momento Chamberlain de quem lançou a sua candidatura a presidente do PSD jurando que “na política, como na vida, a palavra dada deve ser honrada” e que chega a 2021 com a sua palavra hipotecada num acordo com quem se declara apostado em destruir a direita que construiu e desenvolveu a democracia portuguesa. Um líder da oposição que persegue as empresas de sondagens e que entra em diálogo institucional com comentadores. Uma desgraça política ambulante.

Ana Gomes apareceu a comentar os resultados das presidenciais igual a si própria – inapta para a função, cúmplice da imbecilidade da esquerda portuguesa. Rapidamente, a partir dos 4 minutos, começou a acertar contas com o PS. No vórtice que se seguiu, chegou ao ponto de invocar o seu estatuto de recém-viúva como arma de arremesso político. Esta incapacidade para distinguir entre a sua esfera pessoal e a cidade explica o fracasso de uma candidatura prejudicial desde o seu começo. Ana Gomes quis ocupar o terreno eleitoral do PS sem ter condições intelectuais e morais para tal. Ter uma carreira partidária e mediática a surfar o populismo do tempo e os rancores electivos não puxa carroça numas eleições presidenciais. Daí ter ficado toda a gente surpreendida e literalmente incrédula ao ver a postura de estadista que conseguiu manter nos debates com Marisa Matias e João Ferreira. Não passava de uma lição estudada com muito custo, fingir que conseguia apoiar o actual PS e o actual Governo. Ainda antes de ter perdido a vergonha com Marcelo, vimos Ana Gomes a associar Costa a Viktor Orbán a propósito de uma campanha de chicana lançada pelo PSD. Esse episódio, em que a senhora diplomata opta insanamente por ofender um primeiro-ministro, um secretário-geral do PS, um camarada e um cidadão, chegava e sobrava para lhe tirarmos a pinta. Quem nem sequer tem controlo sobre o que diz nunca merecerá confiança sobre o que pensa.

Rui Rio, 63 anos, e Ana Gomes, 66 anos, não têm falta de experiência política. É ao contrário, têm experiência política a mais. O que lhes falta é talento e humildade. Para nosso tão grande azar.

Do blogue Aspirina B

 POR VALUPI

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