Não me lembro de nenhum Governo
português, nenhum (nem o de Sócrates antes de 2010), que tivesse contra si
todos os media. É fácil perceber porquê: os media são controlados pela
Oposição. Mesmo a RTP, estatal, tem uma gestão predominantemente de Direita. Idónea,
mas alinhada à Direita.
Exemplo recente, o Programa de
Arrendamento Acessível tem sido ilustrado pelos tectos máximos da tabela
aplicados a casas localizadas nas zonas mais caras do país. Se explicassem que
os valores médios (repito: médios) correspondem a 4,8 euros por metro quadrado,
lá se ia o brilharete.
Quem ler com atenção as portarias
publicadas anteontem, verifica que, dentro de tipologias específicas
— a um T1 corresponde uma renda
de 301 euros
— a um T2 corresponde uma renda
de 387 euros
— a um T3 corresponde uma renda
de 458 euros
Com certeza que haverá rendas
superiores, para casas de maior dimensão.
Mas quem leia jornais, veja
televisão e ouça comentadores, retém apenas o número mágico: São 1.200 euros
por um T2 em Lisboa... Ora nem sequer existe uma renda tabelada por concelho.
E assim se vai envenenando a
opinião pública.
A questão que devia ser discutida
é o valor máximo do rendimento anual colectável que permite às famílias
candidatarem-se. O estabelecido é tão baixo que, por exemplo, deixa de fora
famílias com rendimento anual 44 mil euros, mais coisa menos coisa. Ou seja,
toda a classe média-média.
Do blogue Da Literatura
Publicada por Eduardo Pitta à(s)
11:00
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