O dia de ontem comportou-se como os anteriores. Sombrio e com chuva o
que torna um dia arreliador para quem tem compromissos a satisfazer. Assim
aconteceu a muitos Freamundenses que queriam estar presentes na última
homenagem ao “Maguinho” – como o tratávamos. Aconteceu comigo. Se assim não
fosse não saía de casa para não aturar essa arreliadora chuva. Mas o Maguinho
merecia-o. Rapaz feito à “boa lei” como se usa dizer. Mas sempre na estima e
consideração dos Freamundenses e de quem com ele privava. Fosse Freamundense ou
não.
Ainda recordo as brincadeiras dele no Campo do Carvalhal. Andávamos a
treinar e o Maguinho teria três ou quatro anos, ali aparecia a ver os treinos.
Quando andávamos na preparação física – voltas ao campo – o Maguinho e outros
punham-se atrás de nós a imitarmos ou a roubar uma bola para se entreter. Era
chamado à atenção mas ria-se o que é natural numa criança.
A vida foi decorrendo e o Maguinho crescia dentro da sua conduta.
Aparecia aqui e ali sempre com a sua voluntariedade. Em tudo queria dar os seus
préstimos. Fosse no futebol a fazer parte da claque; fosse nas Sebastianas; ou a
participar na corrida de carrinhos de rolamento; fosse na elaboração de carros para
a Marcha Alegórica das festas Sebastianas.
Quis o destino que fosse neste evento que ele viesse a perder a vida.
Triste sina a de um jovem. Ainda tinha uma enormidade de tempo para viver. Mas
não escolhemos e não somos donos do destino. Este é que o vai programando.
Por isso, num dia de chuva como o de ontem os Freamundenses quiseram estar
presentes no funeral do Maguinho. Não digo que foi lindo porque nestes actos
não há bonitezas mas, foi digno ver a quantidade de jovens que o acompanharam
na sua última viagem. Freamunde é assim. Tanto nas boas e más horas diz
presente aos seus filhos: E, Maguinho merecia-o.
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