Elaborado pelos Escuteiros de Freamunde. Reciclaram embalagens de iogurtes, garrafas de água mineral e outras mais. É um concurso em todas as freguesias do concelho de autoria da Câmara Municipal. Em Freamunde os Escuteiros foram convidados para a sua elaboração. Faz-me lembrar tempos idos em que não havia a tecnologia de hoje e remediávamos-nos com coisas simples. Acho - o bem concebido.
Presépio na rotunda do Cruzeiro
Hoje com 61 anos vejo e comparo o Natal de agora e o de há 57 anos. Com quatro anos de idade a nossa memória já guarda parte das nossas recordações. Há quem compare esses tempos e diga que tem saudades deles. Se passassem por essas necessidades como passei talvez não o desejassem.
Nesse tempo não podíamos aspirar a grandes coisas porque o País não estava preparado para isso. Faltava de tudo: bens alimentícios, lanifícios, calçado, bijutarias, quinquilharias, guloseimas, um sem fim de coisas. Mas, o banco de Portugal estava cheio de ouro. Contentávamos com pouca coisa, não éramos reivindicativos. Parece que compreendíamos o nosso atraso em relação à maioria dos países.
Aguardava o Natal com ansiedade. As poucas prendas que recebia eram insignificantes mas tinham um valor incalculável para mim. Hoje compreendo que para os meus pais tinham algum custo e dificuldade em as dar. Compreendo também o sofrimento por não poderem dar prendas melhores. Sabiam que não éramos parvos. Quando víssemos as prendas dos nossos colegas com mais posses íamo-nos sentir revoltados por sermos desiguais. E compreendiam a nossa revolta com o menino Jesus – nesse tempo não existia Pai Natal – mesmo assim éramos bem comportados. As prendas eram inferiores mas a alegria em as receber era igual.
Na véspera de Natal a minha casa era visitada pelo Sr. José Maria (da Gravinda) padrinho de uma minha irmã, era solteirão, aproveitava para ir visitar a afilhada e levava-nos pinhões para jogarmos ao Rapa, Tira, Deixa e Põe. À luz do candeeiro a petróleo passávamos uma noite maravilhosa. Faltava-nos muita coisa incluindo a luz eléctrica mas parece que dávamos mais valor à véspera de Natal.
Hoje derivado à abundância as crianças não dão tanto valor. Noto isso pelos meus netos. Logo que termina a ceia de Natal já estão aflitos para receberem as prendas. Não esperam pela chegada da manhã para irem ao sapatinho verem a contemplação. Por um lado é bom porque não se está a mentir mas, por outro tira-se toda a ilusão. Queremos fazer das nossas crianças adultos mais cedo.
A todos que me lêem desejo-lhes um feliz e bom Natal. Às crianças de todo o Mundo, aos amigos e inimigos, ex-companheiros de trabalho, quem esteve sobre as minhas ordens, aos meus superiores, aos que prejudiquei, aos que me prejudicaram, a todos que neste momento passam dificuldades derivado à crise, a todos os que na véspera e no dia de Natal se encontram de serviço, aos que por outros motivos não podem passar estes dias junto dos familiares e por fim a todos os que estão recluídos nas cadeias Portuguesas.
A todos um santo Natal.
“Natal”
Já nasceu o Deus menino
Que do mundo é salvador,
Traz-nos justiça e carinho
P´ra dividir com amor
Às nossas pobres crianças
Não lhe vamos mentir mais,
Os brinquedos são poupanças
Dos salários de seus pais
P´rós filhos da gente rica
Há sempre o melhor brinquedo,
Nos braços dos pobres fica
Esse possível segredo
A família, é o Natal
Se no lar houver amor,
Não há brinquedo mais real
Nem que tenha mais valor.
Versos autoria: Rodela
"aos que prejudiquei, aos que me prejudicaram"
ResponderEliminarEsse é o espírito. Feliz Natal para si, e para os seus.
:)
Manuel, Feliz Natal, que os teus bons desejos sejam realidade, e o mundo será mais belo.
ResponderEliminarreis
Vega9000:
ResponderEliminarO mesmo desejo para si e seus familiares e que o Natal seja imbuído desse sentimento.
Reis:
ResponderEliminarQue o Natal também lhe proporcione tudo do melhor. Que o dia seis de Janeiro lhe dê o que deseja.